COP30: parceria histórica com Bloomberg Philanthropies busca impulsionar ação climática global
Nova aliança fortalece papel do Brasil na liderança climática mundial e posiciona Belém como palco de uma transformação econômica sustentável.

Uma nova era de ambição climática e desenvolvimento sustentável começou a se consolidar nesta terça-feira (29), com o anúncio de uma parceria estratégica entre a Presidência da COP30, representada pelo embaixador André Corrêa do Lago, e a Bloomberg Philanthropies, liderada por Michael R. Bloomberg, enviado especial da ONU para Ambição e Soluções Climáticas.
O objetivo da união é claro: transformar a conferência da ONU, que será realizada em Belém, em novembro, em um divisor de águas para o progresso climático global e o crescimento econômico de baixo carbono.
Mobilização global para resultados concretos
A parceria irá reunir líderes locais, instituições financeiras, setores privados e sociedade civil em um mutirão global de soluções climáticas. O foco está em acelerar a implementação de compromissos do Acordo de Paris e transformar as novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) em ações reais e mensuráveis. “Os que souberem se antecipar às mudanças radicais que estão por vir — países, empresas e indivíduos — serão os que prosperarão, ao abraçar a inovação, construir resiliência e se adaptar com agilidade”, afirmou André Corrêa do Lago, presidente da COP30.
Já Michael Bloomberg destacou o papel central das cidades no combate à crise climática: “As cidades estão na linha de frente da crise climática e precisam de mais apoio. Esta parceria visa liberar mais financiamento para energia limpa e criar um impacto real.”
Quatro pilares estratégicos da parceria
- Atuação de governos locais e subnacionais
Com apoio de redes como C40 e Global Covenant of Mayors, será realizado o Fórum de Líderes Locais da COP30, focado na colaboração entre prefeitos, governadores e CEOs para implementação de políticas climáticas escaláveis.
- Mobilização de capital privado e investimentos sustentáveis
A Bloomberg Philanthropies trabalhará para destravar investimentos em transição energética, com foco em mercados emergentes e países em desenvolvimento. A iniciativa inclui apoio direto à Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos (BIP).
- Transição global para energia limpa
A parceria desenvolverá estudos e recomendações para alavancar o potencial brasileiro em energia renovável e transformar o país em fornecedor global de produtos sustentáveis, com destaque para o projeto Acelerador de Transição Industrial (ITA).
- Conservação e restauração ambiental
O foco será atingir a meta global 30x30 (proteger 30% das áreas naturais até 2030), apoiando comunidades locais na preservação dos manguezais brasileiros e fomentando soluções de financiamento para a bioeconomia e combate ao desmatamento.
Belém no centro do mapa climático global
Ao sediar a COP30, Belém assume papel de protagonismo internacional, não apenas pela sua importância ecológica, mas como símbolo de que as soluções climáticas podem e devem vir da Amazônia. A cidade já passa por transformações para atender às demandas de infraestrutura e logística do evento, fortalecendo seu legado de inovação e sustentabilidade.
“Esta será uma COP crucial. As cidades estão na linha de frente da ação climática, pois somos nós que colocamos em prática as soluções discutidas globalmente”, enfatizou Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro.
Uma oportunidade única para o Brasil
Com essa aliança, a COP30 reforça seu papel de virada histórica na agenda climática global. Além de acelerar o progresso em energia renovável e resiliência ambiental, a parceria propõe um modelo integrado entre governos, mercado e sociedade civil, viabilizando investimentos e transformações duradouras.
“O desafio é mudar rápido e de forma justa. A participação do setor privado e de governos subnacionais será essencial para garantir uma transição econômica que não deixe ninguém para trás”, declarou Ana Toni, secretária nacional de Clima do Ministério do Meio Ambiente.
A poucos meses da conferência em Belém, a expectativa é de que novas parcerias como essa ganhem força, consolidando o Brasil — e especialmente a Amazônia — como motor da transição ecológica global.