Dados do IBGE apontam que mulheres ganham 17% a menos do que os homens
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), concluiu que os principais fatores para esta grande diferença salarial está ligada aos estereótipos de gênero, a questões sociais, culturais e institucionais que limitam a ascensão profissional feminina.
“Os dados oficiais mostram que, a despeito das mulheres estarem alcançando um nível maior de instrução na vida adulta, elas ainda têm um rendimento financeiro médio de trabalho abaixo dos homens. As mulheres representam o maior número de concluintes de cursos superiores”, comenta Mariângela Gemaque, coordenadora do PNAD Contínua no Pará.
Apesar dessa vantagem de acesso às universidades, a coordenadora relata que as mulheres enfrentam muitas barreiras para entrar no mercado de trabalho. Principalmente nas áreas que oferecem as maiores remunerações, como Ciências Exatas e Tecnologia,. A representatividade do sexo feminino é maior em cursos de bem-estar, que envolvem serviços sociais e educação.
“É importante, portanto, agir contra os estereótipos de gênero. Evitando a restrição de possibilidades no desenvolvimento de carreiras. Outro fator que precisa ser destacado e é fortemente influenciado pelos papéis de gênero, é a divisão do trabalho doméstico”, constata Mariângela.
A coordenadora relata que as mulheres se dedicam quase o dobro às atividades domésticas em relação aos homens. Como elas dedicam muito tempo a estas tarefas, sobra menos tempo para inserção no mercado de trabalho. A participação das mulheres na força de trabalho do país é de 53,3%, enquanto a dos homens é de 73,3%.
“Na ausência de uma rede de apoio institucional, como escolas em tempo integral, serviços de assistência e convivência para idosos, etc. As mulheres acabam tendo uma influência menor no mercado de trabalho. Este dado tem um caráter histórico”, diz a coordenadora da PNAD.
Em vigor desde 2023, a lei número 14.611, também conhecida como “Lei da Igualdade Salarial”, visa garantir uma remuneração igualitária para mulheres.
Esta lei determina que empresas com mais de 100 funcionários divulguem a cada semestre um relatório de transparência salarial. Algumas medidas de combate apontadas pelos especialistas são: a reivindicação de políticas públicas e o apoio a movimentos/projetos sociais que se dedicam à causa.
Informações de IBGE Educa
