Mangal das Garças e UFPA realizam intercâmbio de corujas murucututu

Compartilhe
Foto: Divulgação

Contribuir para a conservação da fauna a partir de projetos de educação ambiental e reabilitação de animais silvestres. Esse é um dos objetivos do intercâmbio especial entre corujas da espécie murucututu (Pulsatrix perspicillata), promovido pelo Parque Zoobotâncio Mangal das Garças, em Belém, em parceria com o Hospital Veterinário da Universidade Federal do Pará (HV-UFPA).

Por meio da iniciativa realizada na última sexta-feira (25), o Mangal recebeu do HV-UFPA uma coruja da espécie murucututu batizada de ‘Iara’, que sofreu a amputação de uma das asas em decorrência de um acidente com descarga elétrica. Devido à gravidade da lesão e a perda funcional, sua reintegração ao ambiente natural tornou-se inviável.

Em sua nova moradia e sob os cuidados da equipe do parque, Iara passa a ser uma das protagonistas dos programas de educação ambiental, sensibilizando o público sobre os impactos das atividades humanas na fauna silvestre e a importância da conservação das espécies amazônicas. Iara se junta a outras três corujas da espécie murucututu que existem no Mangal, que podem ser vistas durante o funcionamento, em um recinto feito especialmente feito para elas, localizado dentro da Reserva José Márcio Ayres (borboletário). 

Em contrapartida, o Mangal das Garças enviou ao HV-UFPA a corujinha ‘Tapioca’, também da espécie murucututu. Batizada pelo público por meio de votação nas redes sociais, Tapioca é acompanhada por profissionais do parque desde outubro de 2024, quando foi abandonada no local. A corujinha será submetida a um processo de reabilitação com treinamento de caça e outras habilidades fundamentais para retorno ao habitat natural, já que possui plenas condições físicas e comportamentais.

“A Tapioca foi acolhida e passou pela avaliação clínica inicial feita pela nossa equipe. Ela está sendo submetida a exames complementares de triagem, para que possamos conhecer melhor seu quadro de saúde. Em seguida, ela iniciará as etapas de reabilitação, sempre acompanhada de perto pelos nossos médicos veterinários e biólogos. Estamos empenhados em oferecer o melhor cuidado para que, futuramente, ela tenha a oportunidade de retornar à natureza”, declara Cinthia Távora, técnica veterinária do Setor de Animais Silvestres do HV/UFPA.

Segundo o médico veterinário do Mangal das Garças, Camilo González, esse intercâmbio é essencial para o equilíbrio entre conservação e educação ambiental. “A Iara agora tem um papel fundamental na conscientização da população. Mesmo não podendo mais viver na natureza, ela contribui para que mais pessoas entendam a importância de proteger esses animais. Já a Tapioca é um exemplo de recuperação. Com o treinamento adequado, ela terá a chance de voltar ao seu ambiente natural, o que é sempre o nosso objetivo principal”, explica.

Sobre a coruja murucututu

A murucututu é uma das maiores espécies de coruja da América do Sul, conhecida por seu olhar penetrante e canto grave. Com hábitos noturnos, alimenta-se principalmente de pequenos mamíferos e aves pequenas. Discreta e silenciosa, exerce um papel importante no controle de populações de roedores e insetos, sendo uma grande aliada dos ecossistemas em que vive.

O intercâmbio especial entre as corujas reforça o compromisso do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Turismo e Organização Social Pará 2000, que administra o Parque, em realizar ações de fomento e conservação da biodiversidade amazônica e o bem-estar dos animais silvestres. 

Com informações de Beatriz Santos/Ascom OS Pará 2000