Maior árvore da América Latina ganha proteção em novo parque criado no Pará

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Um angelim-vermelho de 88.5 metros de altura é um dos símbolos do Parque Estadual das Árvores Gigantes (Pagam).
 
O Parque Estadual das Árvores Gigantes, no Pará, guarda espécies centenárias com a altura de arranha-céus
O Parque Estadual das Árvores Gigantes, no Pará, guarda espécies centenárias com a altura de arranha-céus. Foto: Havita Rigamonti / Divulgação.
 

Um angelim-vermelho (Dinizia excelsa) de 88.5 metros, considerado a árvore mais alta da América Latina, é um dos símbolos do recém-criado Parque Estadual das Árvores Gigantes (Pagam), localizado no município de Almeirim, no oeste do Pará, onde a espécie vem sendo protegida da atividade madeireira.

De acordo com o engenheiro florestal Virgílio Viana, superintendente geral da Fundação Amazônia Sustentável, as chamadas árvores gigantes são espécies muito cobiçadas por madeireiros, o que dá ao parque a missão de garantir que elas continuem de pé. Entre essas árvores, o angelim-vermelho é uma das mais procuradas devido o valor comercial, o que ameaça a existência da árvore mais alta da América Latina, destaca Viana.

Junto da criação do parque, vem também a promessa de entender, por meio de pesquisas, por que essa região da Amazônia foi capaz de criar espécimes gigantes — em média, de 45 a 50 metros, mas podendo chegar a 80, como o angelim-vermelho. A recordista, além da altura impressionante, tem 9 m de circunferência e um tempo de vida estimado entre 400 e 600 anos.
 

O angelim-vermelho do Parque Estadual das Árvores Gigantes tem idade estimada entre 400 e 600 anos. Foto: Havita Rigamonti / Divulgação
O angelim-vermelho do Parque Estadual das Árvores Gigantes tem idade estimada entre 400 e 600 anos. Foto: Havita Rigamonti / Divulgação

Parque Estadual das Árvores Gigantes (PAGAM)

Criado para conservar espécies centenárias com altura de arranha-céus, a criação do Pagam foi anunciada pelo governador do Pará, Helder Barbalho, no último mês de setembro, em discurso no palco do Global Citizen Festival 2024, no Central Park, em Nova York.

A reserva possui 560 mil hectares e é derivada da Flota (Floresta Estadual) do Paru, unidade de uso sustentável de mais de 3 milhões de hectares.

O santuário guarda espécimes tão grandes que chegam a formar microecossistemas em meio à mata, abrigando plantas epífitas (como as trepadeiras), insetos, pássaros e primatas, como o macaco guariba (Alouatta macconnelli), que vivem nas copas e ao redor dessas árvores enormes.

A criação do santuário conta com a parceria entre o governo do Pará, Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), Instituto Federal do Amapá (Ifap) e a ONG FAS (Fundação Amazônia Sustentável), com financiamento do AFF (Andes Amazon Fund).

 

Com informações do Ideflor-Bio.