Morre o contista brasileiro Dalton Trevisan, aos 99 anos

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Foto: Reprodução/ Instagram

Morreu nessa segunda-feira (09), aos 99 anos de idade, o escritor Dalton Trevisan, considerado o maior contista contemporâneo do Brasil, vencedor do Prêmio Camões, o mais importante da língua portuguesa, e do Prêmio Machado de Assis, em 2011, pelo conjunto da obra dele, a maior honraria em literatura nacional.

No final da vida, o escritor vivia recluso em um apartamento no centro de Curitiba, cidade natal do artista, e não dava entrevistas desde os 70 anos de idade. A residência onde morou na cidade, localizada na esquina das ruas Ubaldino do Amaral e Amintas de Barros, no Alto da Glória, é um dos pontos turísticos da cidade e é visitada pelos amantes da literatura.

Nascido no dia 14 de junho de 1925, na capital paranaense, Dalton Trevisan formou-se em Direito pela Faculdade de Direito do Paraná, exercendo a profissão durante sete anos. Após esse período, o escritor abandonou a advocacia para trabalhar na fábrica de cerâmicas da família.

Autor de mais de 50 livros, Dalton Trevisan estreou na literatura com a novela Sonata ao Luar, de 1945.  Já entre 1946 e 1948, liderou em Curitiba, como editor, o grupo literário que publicava a revista “Joaquim”, que tornou-se porta-voz de vários escritores, críticos e poetas e reunia ensaios de Antônio Cândido e Mário de Andrade e poemas de Carlos Drummond de Andrade.

Ainda em 1946, o escritor publicou na revista o segundo livro de ficção dele, intitulado como “Sete Anos de Pastor”. Curitiba era o principal tema das obras do contista, que buscava narrar a vida cotidiana na capital paranaense com uma linguagem concisa e direta, sempre retratando costumes e dramas psicológicos de seus personagens.

Dalton Trevisan ganhou repercussão nacional a partir de 1959, com a publicação de “Novelas Nada Exemplares”, que reuniu as produções literárias dele, ganhando o Prêmio Jabuti de Câmara Brasileira do Livro pela obra. Ele também ganhou a premiação nos anos de 1965, 1995 e 2011.

Em 1996, Dalton Trevisan ganhou o Prêmio Ministério da Cultura de Literatura. Em 2003, ele venceu o 1º Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira, com o livro “Pico na Veia”, juntamente com Bernardo Carvalho, escritor, tradutor e jornalista brasileiro.