ANÁLISE: Empate da Seleção Brasileira mostra, mais uma vez, que o futebol exige coragem

A Copa América começou e a estreia da seleção brasileira foi pouco inspiradora e criativa. Foi um empate, sem gols, contra uma Costa Rica reativa, que pouco produzia, mas estava preparada para se defender: usou o famoso “ônibus estacionado” com uma linha de 5 jogadores.
Esse estilo de jogo mais defensivo tem aparecido bastante na Eurocopa. As seleções que conseguem ter êxito em duelos com essa característica mostram que há duas formas de quebrar as linhas defensivas.
A primeira é finalizar de média distância e 30% dos gols marcados na Euro foram de fora da área.
A outra opção é conhecida como “contra pressão” e até mesmo os mais organizados dos times se desorganizam na fase de transição, e conseguem ser mais efetivos os que exploram a velocidade nos momentos de transições.
O incômodo de Dorival Jr. acabou refletido em campo quando a seleção mostrava um grande volume de jogo e finalizava, mas faltava o refino na fase ofensiva. O técnico também não abriu mão de ter seus dois volantes em campo e escolheu substituir o candidato a melhor do mundo, Vini Jr., pela promessa brasileira que estava no banco, Endrick.
Técnicos promissores no futebol europeu, como Xabi Alonso e Thiago Motta, defendem a superioridade numérica no setor ofensivo quando precisam se arriscar. Ao mesmo tempo, defendem que jogadores modernos não podem ser limitados a uma função. Eles adotam a inteligência futebolística para interpretar múltiplas funções dentro de uma mesma partida.
Isso nos leva a seguinte constatação: Endrick precisa estar em campo junto com Vinicius Jr.
Para que isso aconteça, Dorival precisa abrir mão dos jogadores de primeira e segunda linha e permitir que a seleção abrace a criatividade. Mas para isso é preciso ousar, porque o futebol exige coragem.