Informação é da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede)
Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (11), em 2023 o Brasil registrou 11.502 internações por lesões autoprovocadas e tentativas de suicídio, o que corresponde a uma média de 31 casos por dia.
As informações foram divulgadas pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede), a partir de informações do Sistema Único de Saúde (SUS).
Os números representam um aumento superior a 25% em relação aos casos ocorridos há quase dez anos antes, em 2014, os quais somam aproximadamente 9.173.
Ainda segundo a Abramede, os números, já altos, podem ser ainda maiores, em função de possíveis subnotificações, registros inconsistentes e limitações no acesso ao atendimento em algumas regiões do país.
Entre os estados que apresentaram reduções expressivas no número de internações por tentativas de suicídio e autolesões no ano passado, o Amapá lidera com uma queda de 48%, seguido pelo Tocantins (27%) e Acre (26%).
Por outro lado, a Região Sul como um todo demonstra uma “tendência preocupante” de aumento nesses tipos de internações. Santa Catarina apresentou crescimento de 22% de 2022 para 2023, enquanto o Paraná identificou aumento de 16%. O Rio Grande do Sul ficou no topo da lista, com aumento de 33%.
Perfil
A Abramede mostrou, também, que o perfil dos pacientes internados apresenta uma diferença significativa entre os sexos. Entre 2014 e 2023, o número de internações de mulheres aumentou de 3.390 para 5.854. Já entre os homens, o total de internações caiu, ao passar de 5.783 em 2014 para 5.648 em 2023.
Em relação à faixa etária, o grupo de 20 a 29 anos foi o mais afetado em 2023, com 2.954 internações. Em seguida aparece o grupo de 15 a 19 anos, com 1.310 casos. Entre as pessoas com 60 anos de idade ou mais, houve 963 casos em 2023. Outro dado relevante é o aumento das internações entre crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Em 2023, foram 601 registros, quase o dobro do observado em 2011 (315 internações).
Ajuda
Identificar as principais causas e as formas de ajudar podem ser os primeiros passos para reduzir as taxas de suicídio. Sinais como isolamento, mudanças marcantes de hábitos, perda de interesse pelas atividades de que gosta, piora do desempenho na escola ou no trabalho, alterações no sono e no apetite, frases como “preferia estar morto” ou “quero desaparecer” podem indicar necessidade de auxílio.
No Brasil, o Centro de Valorização da Vida(CVV), oferece ajuda por meio da escuta de quem está passando por alguma dificuldade e que pode pensar em tirar a vida. O atendimento é acessado por meio do telefone 188. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas. Também é possível mandar um e-mail ou falar pelo chat, que podem ser acessados pelo site www.cvv.org.br.
Com informações Agência Brasil.
