Outeiro é um dos destinos mais procurados entre os veranistas da Região Metropolitana de Belém

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São chegadas oficialmente as férias de verão e a Ilha de Caratateua, mais conhecida como Outeiro, é um dos destinos mais populares entre os veranistas que moram na Região Metropolitana de Belém. Com praias de água doce e preços de transporte acessíveis, o balneário fica a apenas 45 minutos de Belém, sendo bastante procurado não somente durante os finais de semana das férias, como também ao longo do ano. 

“Já é uma tradição vir para cá. É tranquilo para trazer as crianças, contemplar a natureza e de certa forma, esquecer dos problemas da vida. Eu não abro mão de passar as minhas férias de julho aqui”, garante Amanda Magno, dona de casa, que costuma frequentar a ilha todos os domingos. 

 

praia de outeiro
Foto: Rodrigo Pinheiro / Agência Pará

 

Localizada a aproximadamente 31km do centro de Belém, Outeiro é banhada pelas águas turvas da Baía do Guajará. O balneário tem como principal atrativo turístico suas praias, entre elas a Praia do Amor, Praia da Brasília e a Praia Grande - a mais procurada entre os visitantes. 

E como de costume, sol, comida regional e brincadeiras são atrativos para os banhistas. “É a segunda vez que estou vindo para cá e me encanta todas as vezes, é um local aconchegante ao mesmo tempo, agitado. Então, assim que entrei de férias, peguei minha família e vim curtir essa briza. E de sobra, comer com qualidade”, conta Samuel Magno. 

Sentimento compartilhado pela estudante Mirella Bezerra. “É aqui que eu costumo  ficar com os meus amigos. Podemos ser livres, correr, pular na água, brincar de jogar bola. Se aventurar de todas as formas possíveis. O meu mês de julho vai ser todo aqui e eu agradeço muito por isso.   

Comércio


O movimento intenso de veranistas mantém o comércio aquecido e a Praia Grande se torna atraente para os vendedores dos serviços mais diversos. Gleyce Kelly, que há 12 trabalha alugando bóias nas praias de Outeiro, conta que com o dinheiro desses aluguéis, comprou a casa própria e pagou os estudos dos filhos.

“Quase tudo o que conquistei veio daqui. Trabalho o ano todo na praia, e o verão sempre é bom, aumenta muito o movimento. Aqui temos uma grande variedade de bóias, o que chama a atenção do público. E como vendedora, eu fico bem feliz porque é daqui que eu tiro o meu trabalho. Mas outra coisa bem legal é poder ver também a alegria na cara das crianças, brincando com as minhas bóias na água”, relata. 

E como manda a tradição para quem está debaixo do sol na praia, saborear frutas geladas é a melhor pedida. Serviço prestado pelo sorveteiro Geová Braga. “Imagine vir à praia, aproveitar esse ‘solzão’ e não tomar um sorvete geladinho de fruta? Não pode. Por isso que eu estou aqui. Sempre vendi para os banhistas, e eles nem precisam sair da água. Aqui, todo mundo me conhece e sabe a qualidade do meu produto. Pura hidratação”, diz. 

Dulcinéia Barroso, atendente no restaurante Cozinha de Casa, compartilha a preparação intensa que o estabelecimento tem realizado desde o início de junho. “Investimos muito para ter retorno, focando nos pratos que mais saem, que são os pratos feitos, como filé de dourada, além da carne assada. Nosso fluxo é melhor no início e metade do mês”, explicou.

Para atender ao aumento da demanda, o restaurante amplia o horário de funcionamento até a noite e reforça a equipe com mais um funcionário na cozinha. “Estamos otimistas, a expectativa é boa. Julho promete”, completou Dulcinéia.

O comerciante Jaqueson Maciel de 51 anos, proprietário do Bar Boca Loka, também está confiante. Assim como no restaurante anterior, ele menciona que o estabelecimento se prepara intensamente desde os primeiros dias de junho, estocando os produtos para atender à demanda crescente. Maciel também destaca a importância de uma boa segurança e organização das programações por parte das autoridades locais para atrair mais turistas.

“Trabalhamos com sete pessoas na equipe, mas em julho, aumentamos um pouco. Nossa preparação começa estocando bastante bebida e comida, que são o que mais saem. Esperamos dobrar as vendas em comparação ao ano passado, quando em média, passaram umas 500 pessoas por dia aqui”, diz.

Segurança


Para cuidar da segurança das crianças, além de muita atenção, mais de 40 agentes, entre bombeiros, Defesa Civil Municipal e Cruz Vermelha, atuam nas praias de Outeiro para garantir a segurança dos banhistas e atuar em casos de crianças desaparecidas. “Sempre estamos de olho nas crianças e passando instruções aos pais e responsáveis. Mas a gente também precisa que a população faça a sua parte”, esclarece Evandro Santos, Superintendente do Corpo de Bombeiros Militar, Evandro Santos,

Ainda de acordo com o Superintendente, “Outeiro é uma praia muito acessível, e muitas pessoas vêm para cá. Muitas vezes os pais vêm trazendo os seus filhos, mas no intuito de se divertir. Aí vai dançar, vai para o bar, vai beber e esquece das crianças. As crianças ficam na areia e os pais acham que elas estão seguras, e isso implica no desaparecimento das crianças”, alerta.

Outra ocorrência recorrente é o afogamento, sobretudo no final da tarde. “O mesmo pai e a mesma mãe que trazem as crianças e eventualmente bebem, ingerem muita bebida alcoólica, muitas vezes, no final do dia, querem tomar aquele tradicional banho antes de ir embora, e há um risco grande de afogamento”. 

Para o Superintendente, para evitar problemas, duas orientações básicas: “Quando viemos em família para a praia, a questão prioritária é as crianças. O álcool faz mal. Então, quem quiser ingerir o álcool, não traga a criança. Beber e ter que cuidar dos filhos na praia é uma fatalidade na certa”, destaca o bombeiro.