Pesquisa da Fecomércio aponta crescimento do endividamento no Pará

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O levantamento, realizado pela Federação do Comércio do Estado do Pará, mostra que a população endividada no Pará cresceu 6,7 pontos em relação a junho de 2023, quando a taxa era de 62%.

No estado os inadimplentes representam 26,8% dos consumidores e as dívidas com cartão de crédito são as principais responsáveis. Outros endividamentos importantes são quando a pessoa financia contrato, empréstimo pessoal ou por consignação. 

Limite de endividamento

Segundo a Assessora Econômica da Fecomércio Pará, Lúcia Cristina Lisboa é importante se ater ao limite de endividamento, que varia de acordo com a renda.

 

 “Uma coisa importante é o comprometimento da renda com as parcelas a pagar, a maioria dos consumidores ultrapassa o limite prudencial de 30%. O principal motivo desta situação ocorre quando o consumidor acaba fazendo mais parcelas de dívidas do que pode pagar. Há ocasiões em que o endividamento ocorre por fatos inesperados, como problemas de saúde, desemprego etc.”, comenta.

Os dados mostram ainda que consumidores que ganham acima de 10 salários mínimos comprometem até 33,3% da renda com o pagamento de dívidas, enquanto quem ganha menos compromete 32,7% da renda.

 

Lúcia Lisboa relata que a falta de conhecimento também causa este problema, pois o consumidor não consegue controlar as diversas dívidas que faz, muitas vezes com diversos cartões de crédito de bandeiras diferentes, o que acaba tornando o endividamento superior à renda mensal. Confundir o limite do cartão de crédito e do cheque especial com renda disponível também estão entre os principais fatores destacados pela Assessora da Fecomércio.

Os dados da Fecomércio apontam também que os consumidores utilizam o crédito principalmente para adquirir bens de consumo, driblando a limitação das suas rendas.

Mesmo com o aumento dos números no estado, os dados do Pará são menores que a média do Brasil na modalidade de endividados, que em junho foi de 78,8%, segundo levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), responsável pela análise no país. Na análise por renda, o estado também se manteve abaixo do percentual do país, de 80,7%.