Planos de saúde registram aumento de 271% nos lucros em 2024

Compartilhe
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil.

Os planos de saúde no Brasil registraram um lucro líquido de R$ 11,1 bilhões em 2024, um aumento de 271% em comparação com o ano anterior. Este resultado supera o lucro total dos três anos anteriores combinados.

Segundo os dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em 2024 a receita total do setor foi de aproximadamente R$ 350 bilhões. Isso significa que, para cada R$ 100 gerados, as operadoras obtiveram cerca de R$ 3,16 de lucro.

O Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar revelou que a sinistralidade –  que é o percentual de despesas médicas em relação ao valor pago pelas mensalidades –  no último trimestre do ano passado foi de 82,2%, índice que representa a menor sinistralidade para este período desde 2018.

De acordo com a agência, isso é resultado da reorganização financeira promovida especialmente pelas operadoras de grande porte, que têm reajustado as mensalidades em patamar superior à variação dos custos com as despesas assistenciais. Outra parte importante do resultado financeiro positivo também é devido às aplicações financeiras.

Os dados da ANS revelam uma concentração significativa de lucros nas mãos das operadoras médico-hospitalares de grande porte que acumularam a maior parte do lucro total do setor, totalizando R$ 9,2 bilhões.

Custo médico e elevação dos preços

O custo médico é um fator de grande relevância no cenário da saúde suplementar, impactando tanto as operadoras de planos de saúde quanto os beneficiários. Segundo os dados disponíveis, o aumento ultrapassou os 14% no Brasil em 2024. Esse custo contribui para a elevação dos valores de utilização dos planos de saúde e os custos de consultas eletivas, atendimento em pronto-socorro, exames, terapias e internações, além do impacto da incorporação de novas tecnologias e medicamentos à cobertura obrigatória. As projeções de aumento do custo médico no Brasil superam a média global desde 2022.

Segundo especialistas, essa disparidade se explica em parte pelos desperdícios no setor e pela alta judicialização. Outros fatores também contribuem para o elevado custo médico no país, a cotação do dólar, e questões comportamentais como o sedentarismo e a obesidade, além da saúde mental.

Esses custos são repassados para os usuários de planos de saúde. A forma como os reajustes são aplicados varia conforme o tipo de plano, com negociação direta nos planos coletivos e regulamentação pela ANS nos planos individuais. Os reajustes superam os custos médicos, nos planos empresariais ficam entre 13,7% e 21,8%, e nos individuais, a ANS limita em 6,91%.

 

Texto elaborado com informações da Agência Brasil.