Teatro leva crítica e humor aos bairros da periferia de Belém

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Cia. de Teatro Madalenas leva o espetáculo “Fashion Fake – a roupa quase nova do rei” à periferia de Belém. Fotos: Divulgação.

A Cia. de Teatro Madalenas começa uma circulação especial pelas periferias da Grande Belém a partir de 24 de maio (sábado). Eles vão apresentar o espetáculo “Fashion Fake – a roupa quase nova do rei”, uma versão divertida e crítica do conto clássico “A nova roupa do rei”, de Hans Christian Andersen.

Serão seis apresentações gratuitas em cinco dias, ocupando praças, avenidas e centros culturais de bairros como Vila da Barca, Icoaraci, Sacramenta e Cabanagem. O projeto foi contemplado pelo Edital 2024 de Multilinguagens da Lei Aldir Blanc (PNAB – Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura).

Criado durante a pandemia, “Fashion Fake” é uma crítica ao cenário político dos últimos anos, focando no impacto das fake news, na vaidade e na omissão do poder público. A peça se passa na fictícia Brasilândia, onde um rei obcecado por suas roupas ignora as dificuldades diárias de seu povo.

Fundada há cerca de 25 anos, a Cia. de Teatro As Madalenas é um dos grupos teatrais mais atuantes e combativos da cena cultural de Belém do Pará, com uma trajetória marcada pela fusão entre arte e engajamento social, humor e crítica, teatro popular e intervenção urbana.

Desde a sua criação, a companhia tem se destacado artisticamente por sua forte presença nas periferias da cidade. Isso acontece tanto por meio de projetos sociais quanto pela escolha de se apresentar em espaços alternativos ao palco tradicional, como praças, escolas, comunidades ribeirinhas e ocupações culturais.

Embora ensaie e mantenha parte de suas atividades no centro de Belém, grande parte do elenco e da equipe das Madalenas vem de bairros periféricos como Guamá, Jurunas, Canudos, Coqueiro e Guajará. Essa origem coletiva molda o olhar da companhia e o compromisso com temas sociais, questões de classe, identidade amazônica e valorização da cultura popular.

A Vila da Barca, um território ribeirinho que simboliza resistência e mobilização cultural, será o local da primeira apresentação. A escolha desse local para abrir a temporada é muito significativa para o grupo, pois eles tinham um show agendado lá em 2020, que precisou ser adiado por causa da pandemia. A companhia destaca a participação do músico e liderança comunitária Pawer Martins, morador da Vila e integrante do espetáculo.

As apresentações seguem até 29 de maio, com paradas em Icoaraci, Telégrafo, Pedreira e Cabanagem. Além de Pawer e Leonel, o elenco conta com AJ Takashi, Taís Sawaki, Juliana Tourinho, Marta Ferreira e Diego Vattos, artistas das companhias As Madalenas, Grupo Folhas de Papel e Casarão do Boneco. A direção é de Adriana Cruz.

Serviço:

Programação completa:

  • 24/05 (19h) – Vila da Barca (Telégrafo)
  • 25/05 (19h) – Estação Cultural de Icoaraci
  • 27/05 (19h) – Praça Eduardo Angelim (Pedreira)
  • 28/05 (19h) – Praça Eduardo Angelim (Pedreira)
  • 29/05 (10h e 15h) – Usina da Paz (Cabanagem)

Todas as apresentações são gratuitas, abertas ao público e contarão com intérpretes de Libras.

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