24/03/2022 - 11:15
Número de atentados contra jornalistas aumentou no Brasil em 2021
Segundo dados do relatório anual “Violações à Liberdade de Expressão” divulgado na última terça-feira (22), pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão
(Abert), o Brasil registrou em 2021 um aumento de 21,69% no número de atentados
contra jornalistas em comparação com o ano anterior. Em metade desses registros
foram usadas armas de fogo.
No total, o relatório apontou 145 casos de violência não letal ano passado contra ao menos 230 profissionais. As ofensas tiveram o maior registro, com 53 ocorrências, seguidas das agressões, com 34 casos, e das intimidações, com 26.
No caso das ofensas, intimidações e ameaças, também se observou aumento no número de vítimas. Em 92,45% das vezes, as ofensas partiram de políticos ou ocupantes de cargos públicos, que também aparecem entre os principais responsáveis pelas intimidações. Em relação às ameaças, as mais comuns foram de morte, seguidas pelas ameaças de agressão e disparos de armas de fogo.
Em parceria com a consultoria Bites, a Abert também fez um levantamento dos ataques virtuais dirigidos à profissionais da imprensa em publicações de redes sociais como o Twitter, Facebook e Instagram. Embora tenha sido observada uma redução de 54% em 2021 em relação a 2020, ainda assim foram 4 mil casos por dia, o equivalente a cerca de três agressões por minuto. Ao todo foram 1,46 milhão de postagens contra a imprensa, com palavras de baixo calão, expressões pejorativas e termos depreciativos.
Outro dado que chama a atenção diz respeito ao fato de que no ano passado o Brasil
entrou para a chamada “zona vermelha” do ranking mundial de liberdade de
expressão. Trata-se de uma lista de países em que a prática do jornalismo é
considerada insegura. Foi a primeira vez que isso ocorreu desde 2002, quando o
levantamento começou a ser feito pela organização Repórteres Sem Fronteiras.
Segundo o presidente da Abert, Flávio Lara Resende, os ataques contra profissionais da imprensa colocam em risco a democracia. “Não há dúvidas de que qualquer autoridade que venha a atacar de alguma forma o profissional de imprensa pode gerar e guiar inúmeros, centenas de apoiadores. É muito importante que qualquer mensagem truncada que coloque em dúvida determinado fato tem repercussões inimagináveis, e quem está nas ruas trabalhando, como faz a imprensa, vira alvo de discursos odiosos que leva a agressões físicas, ameaças e intimidações. E todo esse quadro coloca a democracia em risco”, disse Resende.
A íntegra do relatório você confere em: https://bityli.com/bJjNi.
Foto: Wellphto/Getty Images
Por: Lourival Borges
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