05/09/2023 - 17:02
Dia da Amazônia: Pará investe em economia verde unindo a juventude e os povos
originários em busca do equilíbrio entre a preservação da floresta e a geração de
renda
Estamos no coração da Amazônia Paraense, na metrópole que em 2025 será a sede do maior encontro global sobre o clima no planeta, a cop 30. E essa escolha reflete as iniciativas que vêm impulsionando grandes transformações no nosso território.
O Plano Estadual de Bioeconomia , o Planbio, que prevê soluções baseadas na natureza para transformar a economia, é uma delas. Uma meta que já começou a ser posta em prática para alcançar a garantia de um futuro sustentável.
Durante a Cúpula da Amazônia, evento que reuniu líderes de Estado para a discussão do desenvolvimento sustentável no bioma amazônico, o governador do Pará, Helder
Barbalho, se pronunciou reforçando o compromisso em prol da construção de uma
economia verde. “Precisamos de governos que inspirem e de Estados que reformem seus mecanismos
para atuar de maneira inovadora. De acadêmicos que expandam a fronteira do conhecimento e de empresários que ousem investir e produzir na Amazônia. Os
diferentes níveis de governança serão eixos estratégicos no desenvolvimento econômico da região.” disse o governador.
Mas enquanto se busca estimular uma economia que preserva a Amazônia, também se combate os agressores desse rico ecossistema, hoje, ameaçado pelo garimpo e pela extração ilegal de madeira. Só entre o primeiro e o segundo semestre de 2023, dezenas de operações da Polícia Federal desarticularam a exploração de minério e a derrubada da floresta no Pará. “Esses grupos criminosos estão cada vez mais se equipando e se instrumentalizando. E eles não atuam só na extração ilegal de madeira, mas após o estabelecimento das rotas cometem crimes, também, transportando outros tipos de ilícitos. Essa madeira percorre caminhos fluviais, caminhos terrestres e sai daqui da Amazônia para ser vendida para todo o país”, explicou o delegado Pedro Alencar, chefe da Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente da Polícia Federal.
Com uma extensão de aproximadamente 421 milhões de hectares, a região representa
um terço das florestas tropicais do mundo e é responsável por vários
processos climáticos, como a evaporação e a transpiração da floresta, que ajudam a
manter o equilíbrio do clima e a e os estoques de água doce. Além disso, também
abriga mais da metade da biodiversidade do planeta.
Para a ativista ambiental Karla Giovanna Braga, essa realidade é cada vez mais preocupante e requer um posicionamento social urgente. “A gente não tem mais tempo pra ficar investindo em empregos que não são sustentáveis, porque isso pode fazer com que a gente não consiga manter a temperatura em um grau e meio, que é o nosso maior desafio desse século. E se essa temperatura não for mantida, a gente corre o risco de perder a nossa produtividade e ter diversos impactos na economia e nas questões climáticas, como: aumento de enchentes, inundações e outras diversas consequências”, afirmou.
E nos centros urbanos?
Preservar a Amazônia também passa pelo social, especialmente, nas periferias da cidade. Por isso cada vez mais, iniciativas de empreendedorismo verde, que fomentem o desenvolvimento das comunidades, se tornam indispensáveis. Um exemplo disso no Pará é o trabalho desenvolvido pela Ocas ONG, uma organização não governamental que atua em diferentes frentes de sustentabilidade na região, dentre elas, apoiando o projeto YACY, que estimula e financia negócios de impactos sustentáveis com mulheres do bairro do jurunas, em Belém. “Os nossos negócios são com foco na bioeconomia e a gente tem desde a produção de sabonete ecológico, artesanato e até mesmo a criação de chocolate, a partir do nosso cacau. E esses negócios estão totalmente alinhados com a biodiversidade”. Explicou o Consultor do programa YACY, Wilson Antônio.
Ainda há muito pra se fazer, mas existe esperança!
Toda essa revolução socioambiental, econômica e de mentalidade é possível se valorizarmos os saberes dos povos tradicionais, ousarmos expandir a economia respeitando o meio ambiente e aceitarmos a responsabilidade de realizar essas transformações. “As juventudes estão cada vez mais preocupadas com o meio ambiente, principalmente, porque somos nós, os jovens e as crianças, que vamos aguentar os impactos da crise climática por muito tempo”, afirmou Karla Giovanna Braga, ativista ambiental.
Foto: Pedro Guerreiro / Agência Pará
Por: Jaelta Souza
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