14/09/2023 - 16:46

Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes debate democracia e cidadania

 

 

 

 

 

A 26ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes é palco de debates importantes sobre democracia e cidadania. Uma roda de conversa intitulada “Democracia: Cidadania construída pelo povo” foi realizada nesta quarta-feira (14), na Arena Multivozes, e reuniu jovens de diversos grupos sociais para refletir sobre do encontro.

 

Uma das participantes da roda de conversa, a MC Íra, destacou a importância do movimento hip-hop na sua vida e na vida de diversas crianças e pessoas da periferia. “Eu sempre fui uma criança pobre e quando eu era pequena eu não via muita perspectiva de vida. E o hip-hop me trouxe essa oportunidade de expandir, de sonhar alto e de saber que a minha música poderia me levar a lugares incríveis e que podia me trazer viagens e abrir portas. O hip-hop mudou a minha vida em um momento difícil quando eu só tinha uma caneta e um papel. Nessa ocasião, o hip-hop foi a minha casa e a minha salvação. E eu sei que ele é a salvação de muitas pessoas como eu”, conta a MC, que hoje já é referência para outras crianças.

 

O direito de expressão dos povos tradicionais e das mulheres é assegurado pela democracia, mas há uma grande luta para que esses grupos exerçam seus direitos, o que faz da representatividade um elemento tão importante para alcançar a cidadania.

 

A rapper Matemba, do bairro da Pedreira, em Belém, destaca essa importância de ocupar espaços sociais de expressão. “É muito importante ter um espaço como esse, aqui, porque a gente sai da nossa bolha, vamas para as batalhas (rimas), para as festas que a gente toca rap. Mas geralmente a nossa voz não chega para essas pessoas que adentram a feira do livro. Então, esse espaço, aqui (Arena Multivozes) é muito importante porque dá visibilidade para o nosso trabalho”, relatou a rapper.

 

Matemba também contou as dificuldades que as mulheres enfrentam no movimento hip-hop, que já foi um espaço majoritariamente masculino. “O nosso trabalho é muito invisibilizado, principalmente porque a gente mora no Norte, somos pretas e Mcs. Então, essa feira está sendo muito importante para as pessoas conhecerem o nosso trabalho”. O cientista social Angelo Madson Tupinambá também ressaltou a importância dos debates acerca da democracia e cidadania serem realizados por pessoas de comunidades tradicionais.

 

“A comunicação popular e comunitária é um instrumento fundamental para as comunidades tradicionais, para os povos indígenas, pricipalmente para mobilizar nossas comunidades em prol de uma organização política que nos leve ao desenvolvimento de soluções para os nossos problemas”, avalia Tupinambá, morador da localidade ribeirinha Maria Petrolina, do porto da Ceasa, aqui em Belém, às margens do rio Guamá, no bairro do Curió-Utinga.

 

“A feira é uma oportunidade pra gente conversar com jovens, mostrar o trabalho que é desenvolvido pela nossa comunidade. É uma outra comunicação que é feito pela organização dos povos, que pensa a justiça climática, a liberdade de expressão, de comunicação e de pensamento. Ao mesmo tempo é uma chance para conhecer novas pessoas e potencializar os projetos que estamos desenvolvendo", conclui Angelo Tupinambá.

 

 

 

 

 

Foto: Bruno Cecim / Agência Pará

 

Por: Avelina Castro

 


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