28/04/2022 - 11:30
Elon Musk comprou o Twitter... e o que pode mudar?
Em sua conta, bilionário anunciou que quer alterar elementos da rede social
O bilionário Elon Musk, dono da empresa de automóveis Tesla e da empresa aeroespacial Space X, comprou a rede social Twitter nesta segunda (25) por U$ 44 bilhões (cerca de R$ 213,2 bilhões). O negócio fez com que as ações da plataforma aumentassem em 7,4%.
Em seu perfil no Twitter, Elon Musk vem anunciando que fará uma série de mudanças na rede. A primeira delas é transformar o Twitter em uma empresa de capital fechada, retirando as ações da bolsa de valores.
Para seus mais de 86,6 milhões de seguidores, Musk argumenta que o Twitter vem perdendo relevância no debate público mundial por restrições à liberdade de expressão. Ele publicou um texto em que diz que “a liberdade de expressão é base de uma democracia em funcionamento, e o Twitter é a praça da cidade digital onde são debatidos assuntos vitais para o futuro da humanidade”.
Ele também anunciou que irá retirar os robôs da rede social e todas as contas que produzem mensagens automatizadas, e que tem interesse em tornar público o algoritmo do Twitter para melhorar a confiança dos usuários da rede.
Brincando, o empresário anunciou a possível inserção de um botão de edição para as mensagens, e também falou em aumentar o tamanho dos textos dos tweets.
Controvérsias
Críticos de Musk afirmam que a postura do bilionário pode trazer de volta ao Twitter discursos de ódio e desinformação. Thierry Breton, Comissário para o Mercado de Internet da União Européia, declarou que "Seja carros ou mídias sociais, qualquer empresa que opera na Europa precisa cumprir nossas regras – independentemente de sua participação acionária. O Sr. Musk sabe muito bem disso. Ele está familiarizado com as regras europeias sobre o setor automotivo e se adaptará rapidamente à Lei de Serviços Digitais".
No Brasil, o Ministério Público Federal pediu em janeiro deste ano explicações ao Twitter sobre o porquê de a plataforma não ter um canal de denúncias contra a desinformação no país e quais os critérios utilizados para validação de informação na plataforma. Também abriu, em novembro de 2021, um inquérito para “investigar a postura das principais redes sociais e aplicativos de mensagem no Brasil no enfrentamento às fake news e à violência digital”, que pode ser acessado neste link: https://bit.ly/3y0dljm
Por outro lado, Musk argumenta que entende por liberdade de expressão “aquilo que está de acordo com a lei. Sou contra a censura que vai muito além da lei. Se as pessoas quiserem menos liberdade de expressão, pedirão ao governo que aprove leis nesse sentido. Portanto, ir além da lei é contrário à vontade do povo”.
Repercussão no Twitter
Depois da confirmação da compra do Twitter, a plataforma relatou um grande crescimento no número de seguidores de perfis conservadores desde a última terça (26).
Segundo Christopher Bouzy, CEO da plataforma Bot Sentinel, desenvolvida para rastrear contas automatizadas, as novas contas não são orgânicas. Alguns perfis acumularam mais de 100 mil seguidores em três dias.
“Posso entender as contas de esquerda decidindo fechar seus perfis após as notícias de Elon Musk, mas por que o aumento repentino e significativo de seguidores republicanos? Isto não é normal”, disse o especialista.
Em comunicado aos sites G1, CNN e Techmundo, o Twitter informou que o crescimento das contas é orgânico e faz parte dos movimentos próprios da plataforma. “Essas oscilações parecem ter sido, em grande parte, resultado de um aumento na criação de novas contas e desativação de outras, organicamente”, diz o texto.
A influência do Twitter
O Twitter tem cerca de 217 milhões de usuários em todo o mundo, sendo 19 milhões no Brasil. Apesar de ser uma plataforma que não é considerada grande em número de usuários, tem uma importância mundial por ter muitos perfis de formadores de opinião (políticos, jornalistas, governos, empresas, ONGs etc.) e pelo tipo de informação que nela circula: notícias, pronunciamentos, comunicados oficiais, entre outros.
Musk é atualmente considerado o homem mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 273 bilhões (R$ 1,3 trilhão), de acordo com a revista Forbes. No entanto, o bilionário ainda não tinha adquirido um meio de comunicação para exercer influência na sociedade global e em diversos países em particular.
Isso muda com a aquisição do Twitter, pois ele passa a fazer parte do grupo de bilionários das gigantes da tecnologia com grande atuação na comunicação digital, como Mark Zuckerberg (CEO da Meta, detentora do Facebook, Instagram e Whatsapp), Jeff Bezos (dono da Amazon e do Whashington Post), de Sergei Brin e Larry Page (donos da Alphabet, detentora de todos os produtos Google).
Foto: Dan Taylor / Heisenberg Media (Licença Creative Commons)
Por: Fabrício Mattos
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