03/11/2022 - 14:00
Pará terá Museu da Consciência Negra
Obra está marcada para ser inaugurada no ano que vem
O governador do Pará, Helder Barbalho, assinou, nesta quinta-feira (03) a ordem de serviço que autoriza a construção do Museu da Consciência Negra, em Belém. A cerimônia de assinatura foi realizada na Igreja de Santo Alexandre, no Museu de Arte Sacra, e na ocasião o chefe do Executivo garantiu que a inauguração do novo museu será no dia 20 de novembro do ano que vem. O ato de assinatura marcou a abertura da programação do Preamar da Consciência Negra.
A professora emérita da UFPA, Zélia Amador de Deus, que também é fundadora do Centro de Defesa do Negro no Pará (Cedenpa) destacou a importância do museu para a construção de uma sociedade mais justa. “A criação do Museu da Consciência é importante porque não só as pessoas negras são responsáveis pela construção de uma sociedade justa, esta responsabilidade é de todos e todas, temos que estar em luta sempre para fazer com que essa sociedade seja justa, democrática e nenhum grupo que exista nela tenha por princípio, perda de direitos”, destacou Zélia Amador de Deus.
O governador Helder Barbalho destacou a importância do Museu da Consciência Negra como
um espaço de preservação da história e da memória da comunidade negra e uma política de
afirmação que vai contribuir para o combate ao preconceito. “O Museu da Consciência Negra
representa a consolidação do reconhecimento, de história, e de luta das conquistas que negras
e negros deste Estado proporcionam ao Pará. Todas as ações são fundamentais para que nós
possamos caminhar no enfrentamento ao preconceito, para que nós possamos reafirmar a
história de um país com o seu início, com a sua construção a partir da luta de negras e negros.
E o Pará, que tem uma comunidade quilombola, uma comunidade negra extremamente
importante, tem que se posicionar e se reafirmar como um ambiente de respeito e de
igualdade racial”, assinalou Helder Barbalho.
O secretário de Estado de Cultura, Bruno Chagas, destacou as mais diversas expressões culturais da comunidade negra, que estarão presentes no equipamento. “O museu vai contar com as expressões culturais que fazem parte do alicerce da formação cultural do nosso Estado. É muito importante a valorização do reconhecimento da contribuição cultural e da participação dos negros na expressão artística e cultural do Estado do Pará”, afirmou o titular da Secult.
A estudante Beatriz Santos de Santana, de 14 anos, esteve presente no ato de assinatura da ordem de serviço e comemorou a construção do museu. “Eu acho que esse museu vai ajudar a combater o racismo porque muita gente é racista por falta de informação, por ignorância, e o museu vai ajudar com informações sobre a história e a importância dos negros para a nossa formação e cultura”, disse a estudante. A amiga de Beatriz, a estudante Emmanuelly dos Santos Nazaré, de 16 anos, também considera o museu importante por conta do conhecimento. “As pessoas vão poder visitar o museu e obter conhecimento sobre a história dos negros no Pará e no Brasil e isso vai contribuir para a valorização do povo negro”, complementou Emmanuelly.
Museu da Consciência Negra
De acordo com a Secult, o projeto contempla um auditório para 50 lugares, um salão de
exposições no térreo, um bloco de banheiros em cada andar, uma área para biblioteca e
acervo. Atrás ficará uma área para eventos externos, com jardim, arquibancada e área ao ar
livre. O prédio é o da antiga sede da Academia Paraense de Letras, que fica na rua Treze de
Maio. O projeto arquitetônico do Museu da Consciência Negra teve a participação de
entidades representativas, como a Coordenação das Associações das Comunidades
Remanescentes de Quilombos do Pará (Malungu) e o Centro de Estudo e Defesa do Negro do
Pará (Cedenpa).
Foto: Divulgação
Por: Avelina Castro
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