03/05/2023 - 16:43
03 de Maio: Dia Mundial da liberdade de Imprensa
Data estabelecida pela ONU há 30 anos ressalta a importância da liberdade de imprensa para a sociedade mundial
Já parou para pensar no quanto o trabalho da imprensa é importante a vida de todo o cidadão? É por meio dele que chega o conhecimento dos principais fatos que acontecem bem pertinho, na rua, no bairro ou na cidade em que se mora, e também daquilo que acontece em todo o país e no mundo. E as notícias são divulgadas depois de passarem por apurações, investigações, entrevistas e várias fases dos processos jornalísticos, que dão a elas um tratamento diferenciado e bem além do simples “compartilhar”.
É por causa desse processo que garante a qualidade da informação que os profissionais precisam exercer a profissão com um direito fundamental: a liberdade de imprensa. Liberdade para abordar o que muitos não querem que seja divulgado, para mostrar os problemas, as possíveis soluções, os avanços, os altos e baixos de cada notícia, para que o público receba a informação e possa formar a sua própria opinião.
Liberdade tão essencial que há três décadas ganhou uma data para ser exaltada. Nesta quarta-feira (03) é celebrado o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que ressalta a importância do trabalho dos profissionais de imprensa nos quatro cantos do mundo. E não só isso: um alerta para os riscos que a censura e as ameaças ao livre exercício da profissão podem trazer a toda a sociedade.
Em entrevista ao programa “Entender Direito” da TV Justiça, a advogada Taís Gasparian falou sobre o importante papel social da imprensa, que passa pela garantia da liberdade. "A liberdade de imprensa é uma parte do que a gente chama de liberdade de expressão, mas, embora ela seja uma parte (...), a liberdade de imprensa talvez seja ainda maior do que a liberdade de expressão, no sentido de ser mais relevante, porque a liberdade de imprensa traz luz para os atos de governo. A liberdade de imprensa, a atividade da imprensa é de pesquisar e de jogar luz sobre atos que, se não fosse pela imprensa, a gente não teria conhecimento", explicou.
Criada em 1993 durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a celebração já nasceu como um símbolo de luta: a data escolhida foi a mesma da Declaração de Windhoek, assinada em 1991 durante um seminário convocado pela Unesco. A assinatura, considerada histórica, foi realizada no evento que reuniu jornalistas africanos em Windhoek, capital da Namíbia, e trazia no texto final a importância do pluralismo e da independência da mídia africana, com o intuito de servir de exemplo ao mundo. A Declaração de Windhoek ressalta que “em sintonia com o artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o estabelecimento, a manutenção e a promoção de uma mídia livre, independente e plural são essenciais ao desenvolvimento e à manutenção da democracia em uma nação e para o desenvolvimento econômico”.
Três décadas depois da criação da data, os profissionais de imprensa ainda enfrentam grandes desafios na sociedade, muitos deles relacionados à insegurança e à censura. Mesmo estando alinhada aos direitos conferidos ao indivíduo pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e aos direitos fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988, a Liberdade de Imprensa ainda merece constantes debates, por ainda não ser respeitada e, com isso, acabar sendo fragilizada em várias situações.
Em mensagem ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa deste ano, o secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou as dificuldades enfrentadas, os perigos das Fakes News e as constantes ameaças que os profissionais de imprensa sofrem. “A verdade é ameaçada pela desinformação e pelo discurso de ódio que procuram confundir os limites entre factos e ficção, entre ciência e conspiração. (...) Enquanto isso, jornalistas e trabalhadores dos meios de comunicação são diretamente visados online e offline enquanto realizam o seu trabalho fundamental. São frequentemente assediados, intimidados, detidos e presos. Pelo menos 67 trabalhadores dos meios de comunicação foram assassinados em 2022 – um aumento inconcebível de 50% em relação ao ano anterior. Quase três quartos das mulheres jornalistas sofreram violência online e uma em cada quatro foi ameaçada fisicamente”, frisou.
Apesar desse cenário de desrespeito e violência, os profissionais seguem na luta para cumprir com sua função social. Mesmo diante de tantos desafios, é inegável a importância do trabalho da imprensa nos dias atuais, o que podem ser representado em dois eventos recentes em que o jornalismo profissional e a liberdade de imprensa foram importantes mundialmente: a Pandemia de Covid-19 e a Guerra da Ucrânia. Nos dois casos, mesmo diante da desinformação e constantes ataques, os profissionais de imprensa foram essenciais para a sociedade, levando uma cobertura ampla, com informações de qualidade e combatendo as Fake News.
A importância da imprensa para a sociedade também é destacada pelo o secretário-geral da ONU, António Guterres. “Este dia destaca uma verdade fundamental: a liberdade de todos depende da liberdade de imprensa. A liberdade de imprensa é a base da democracia e da justiça. Graças a ela, dispomos de todos os dados que necessitamos para formar uma opinião e interpelar o poder com a verdade”, ressaltou.
Tudo isso mostra que o dia 03 de maio se tornou símbolo de luta para o mundo inteiro, pois defender uma imprensa livre, que desempenhe suas funções sem repressão, censura ou ameaças é defender a democracia, a justiça e o direito do cidadão à informação e à liberdade.
Foto: Divulgação
Por: Soraya Wanzeler
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