958 mil beneficiários deixarão o Bolsa Família em julho devido ao aumento de renda

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A medida visa proporcionar estabilidade econômica para que as pessoas consigam deixar de depender do benefício social.
Cerca de 900 mil beneficiários do Bolsa Família tiveram seus cadastros cancelados neste mês de julho. Foto: Lyon Santos/ MDS.

O aumento da renda é a causa de 958 mil beneficiários do programa Bolsa Família terem seus cadastros cancelados neste mês de julho, informou nesta sexta (18) o Ministério de Desenvolvimento e Assistência Social e Combate à Fome. A maioria desses beneficiários, 536 mil pessoas, cumpriu 24 meses na Regra de Proteção, que é o prazo máximo para receber 50% do valor do benefício, por terem alcançado renda mensal entre R$ 218 e R$ 759 (meio salário-mínimo) por pessoa no núcleo familiar. Outros 385 mil domicílios ultrapassaram R$ 759 de rendimento por pessoa e tiveram um aumento de renda maior que o limite da Regra de Proteção.

De acordo com a Caixa Econômica Federal, em julho, o pagamento será feito para 19,6 milhões de pessoas. Até o mês passado o programa atendia 20,5 milhões de beneficiários.

Regra de permanência

A redução de beneficiários do Bolsa Família faz parte de uma nova regra de permanência para casos de aumento de renda, o que vai gerar economia para o governo federal. Para ser elegível ao Bolsa Família, a renda por pessoa da família deve ser de até R$ 218. Desde 2023, famílias que conseguiam um emprego podiam permanecer no programa por até dois anos.

Com a entrada em vigor da nova regra em junho, o período de permanência no Bolsa Família para quem consegue emprego foi reduzido pela metade, garantindo o recebimento de parte do auxílio por um ano. Para famílias com integrantes que possuam renda estável e permanente, como aposentadoria, pensão ou algum idoso com BPC (Benefício de Prestação Continuada), a permanência no programa será de apenas dois meses.

O limite de renda para acessar a regra de proteção do Bolsa Família também foi reduzido, passando de meio salário mínimo (R$ 759) para R$ 706. As mudanças na gestão dos benefícios do programa, no entanto, começarão a valer a partir da folha de pagamentos de julho.

Segundo a nota divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento Social, a nova regra amplia o foco nas famílias em situação de maior vulnerabilidade e faz ajustes para manter a sustentabilidade do programa. As mudanças são para as famílias que ingressarem na Regra de Proteção a partir do mês de junho.

Em 2024, do total de vagas formais de emprego criadas, 98,87% foram ocupadas por pessoas inscritas no Cadastro Único e 75,5% pelo público do programa de transferência de renda. No ano passado, 50% da população do país estava na classe média - renda individual de R$ 3,4 mil ou mais -, incluindo 972 mil pessoas registradas no CadÚnico.

Em 2023, o índice de pobreza e extrema pobreza no Brasil alcançaram os menores patamares em anos, chegando a 27,4% e 4,4% respectivamente, segundo dados do Banco Mundial.

O que mudou

  • As famílias que ultrapassarem o limite de renda para entrada no Bolsa Família - de R$ 218 por pessoa da família -, até o limite de renda de R$ 706, poderão seguir no programa por mais 12 meses, recebendo 50% do valor do benefício a que a família faz jus.
  • Além disso, as famílias cuja renda seja considerada estável ou permanente - como aquelas que recebem aposentadoria, pensão ou Benefício de Prestação Continuada (BPC/Loas) - poderão permanecer com o auxílio do Bolsa Família por até dois meses.
  • Nesses casos, já há uma proteção social contínua assegurada pelo Estado, o que contribui para maior previsibilidade ao orçamento familiar.
  • No caso de famílias com pessoas com deficiência que recebem o BPC, o tempo máximo de permanência na Regra de Proteção será de 12 meses.

O que não mudou

  • As famílias que já estavam na Regra de Proteção até junho de 2025 seguem protegidas pelo regramento anterior, que prevê o prazo de até 24 meses de permanência.
  • Caso a renda da família oscile novamente e ela retorne aos critérios de elegibilidade do programa, o valor integral do auxílio será restabelecido.
  • As famílias na Regra de Proteção que através da renda do trabalho conseguirem superar a pobreza, após o período de 24 meses, terão o pagamento do Bolsa Família encerrado, com base no entendimento de que a família alcançou estabilidade na geração e manutenção de renda própria.
  • Além disso, todas as famílias que deixarem o programa após o fim da Regra de Proteção poderão retornar com prioridade, caso voltem à situação de pobreza.

 

Pagamentos

O pagamento do Bolsa Família inicia nesta sexta-feira, 18 de julho, para os beneficiários com NIS final 1, que são os primeiros a receber. O calendário de pagamentos segue de forma escalonada até o dia 31 de julho, contemplando por último os beneficiários com NIS final 0. Consulte as datas completas abaixo.

Calendário de julho

  • 18 de julho: NIS final 1
  • 21 de julho: NIS final 2
  • 22 de julho: NIS final 3
  • 23 de julho: NIS final 4
  • 24 de julho: NIS final 5
  • 25 de julho: NIS final 6
  • 28 de julho: NIS final 7
  • 29 de julho: NIS final 8
  • 30 de julho: NIS final 9
  • 31 de julho: NIS final 0

Para receber o Bolsa Família, é essencial que os dados do beneficiário estejam atualizados no CadÚnico (Cadastro Único). O benefício é destinado a famílias com renda de até R$ 218 por pessoa ao mês. Os recursos são repassados pelo Ministério do Desenvolvimento Social, e o pagamento é feito pela Caixa.

Além do valor mínimo de R$ 600, o Bolsa Família oferece benefícios adicionais. Famílias com crianças de até seis anos recebem um extra de R$ 150 por criança. Já um adicional de R$ 50 por mês é pago para famílias com gestantes, crianças a partir de sete anos, bebês em fase de amamentação e adolescentes entre 12 e 18 anos.

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