Julho Amarelo: campanha de luta contra as hepatites virais

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mulher com camisa da camapanha julho amarelo entregando panfleto para outra mulher
Foto: Divulgação

A hepatite é uma inflamação no fígado que pode ser causada por vários fatores. Entre eles o uso de medicamentos, álcool e outras drogas. Assim como doenças autoimunes. 
O Julho Amarelo tem o objetivo de conscientizar, reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais.

“As hepatites B e C são as que têm mais risco de ter complicações a longo prazo. Como a cirrose e o câncer no fígado. A hepatite viral é a inflamação causada por algum vírus que tenha afinidade com este órgão. As mais comuns deste caso são as hepatites A, B, e C”, comenta o Dr. Rafael Garcia, médico hepatologista e coordenador do Centro Estadual de Referência da Doença do Fígado da Santa Casa do Pará.

Segundo o especialista, a hepatite A é causada pela transmissão pela via fecal ou oral; a hepatite B é transmitida por relações sexuais sem o uso de proteção; e a hepatite C é transmitida através de sangue contaminado, em utensílios diversos, como agulhas ou seringas, ou através de transfusão de sangue. A hepatite D ocorre apenas em pacientes infectados pelo vírus da hepatite B; a hepatite E é transmitida por via digestiva, provocando grandes epidemias em certas regiões. A hepatite E não se torna crônica, porém, mulheres grávidas que forem infectadas podem apresentar formas mais graves da doença.

“Os principais sintomas das hepatites são cansaço, fraqueza e olhos amarelos. Mas isso depois de anos de doença. Quando as pessoas têm o primeiro contato com o vírus, em muitos casos, estes indivíduos são assintomáticos. Isso acaba sendo uma dificuldade, porque a doença é silenciosa”, constata o Dr. Rafael Garcia.

Nem sempre a doença apresenta sintomas. Mas quando aparecem, estes se manifestam na forma de cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. A falta do conhecimento da existência da doença é o grande desafio. Por isso, a recomendação é que todas as pessoas com mais de 45 façam o teste, gratuitamente, em qualquer posto de saúde.

NÚMEROS DOS CASOS DE HEPATITES VIRAIS NO PARÁ

Por meio da Coordenação Estadual de Hepatites Virais (CEHV), a Sespa tem intensificado também as ações contra a doença em todo o Estado. Incluindo atividades educativas para a prevenção e os serviços de saúde prestados em conjunto com os municípios. Principalmente em comunidades de difícil acesso, como ribeirinhas e populações indígenas. Em função do estímulo ao diagnóstico precoce, os casos de hepatite no Pará configuraram oscilações entre os tipos mais frequentes - A, B e C -, de acordo com os registros do mais recente do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN NET). 

A do tipo A registrou 32 casos em 2019, seguido por mais 12 (2020), 08 (2021), 17 em 2022, 27 em 2023 e 09 este ano, até 17 de junho. Casos confirmados de hepatite B no Pará somaram 562 em 2019, 268 em 2020, 393 no ano seguinte, 469 em 2022, 442 em 2023 e 135 este ano, até 17 de junho.   

Ainda segundo o SINAN NET, os casos de hepatite do tipo C no Pará somaram 421 ocorrências em 2019, 196 (2020), 277 (2021), 351 (2022), 245 (2023) e 85 este ano, até 17 de junho.

Em relação às mortes causadas pela doença, as mais fatais são dos tipos B e C. Na série histórica entre 2019 e 2023, dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) atestam que 46 pessoas foram a óbito por hepatite B e outras 82 morreram em consequência do tipo C.