Mostra de Cinema Afro Amazônico chega à Bolívia

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A Mostra acontece pela primeira vez fora do Brasil e entre os filmes selecionados está o documentário paraense “Samba de Cacete – Alvorada Quilombola”.
 

Com o objetivo de promover a internacionalização do cinema da Amazônia, a Mostra Adinkra de Cinema Afro Amazônico chega à La Paz, capital da Bolívia, nesta quinta-feira, dia 17 de outubro. Pela primeira vez fora do Brasil, a mostra reúne cinco curta-metragens, de quatro estados da Região Amazônica: Pará, Amazonas, Amapá e Mato Grosso. As exibições ocorrerão no Centro Cultural do Brasil em La Paz.
 

Foto: Cena do documentário “Samba de Cacete - Alvorada Quilombola”, de André Santos (PA)
Foto: Divulgação


As produções selecionadas abordam experiências e modos de viver e fazer do povo amazônico, empoderamento feminino, resistências de comunidades quilombolas e indígenas e ancestralidade.

Entre os filmes selecionados estão os documentários paraenses “Samba de Cacete - Alvorada Quilombola”, de André Santos, e “Meus Santos Saúdam Teus Santos”, de Rodrigo Antônio.

A mostra conta ainda com uma conferência sobre o cinema na Amazônia, o fazer cinema na região e suas peculiaridades, e a importância do audiovisual na preservação da floresta. Para completar a experiência sensorial, o público poderá conhecer um pouco da culinária paraense, como maniçoba e cachaça de jambu, além do aroma da priprioca, que será borrifada no ambiente da exibição.
 

MOSTRA ADINKRA

A Mostra Adinkra de Cinema Afro Amazônico é uma realização da produtora audiovisual paraense Cine Diáspora. Nascida em Belém (PA), em outubro de 2023, a mostra começou a circular pelo Brasil a partir de dezembro do mesmo ano, iniciando em Salvador (BA) e, posteriormente, Brasília (DF), atraindo um público total de cerca de 400 pessoas. 
 

Confira a programação:

Sessão Sankofa

“Alexandrina - Um Relâmpago” - Keila Sankofa (AM): “Alexandrina - Um Relâmpago” faz do cinema de invenção um campo fértil de contestação, que ousa rasgar os registros do perverso e mentiroso passado. Alexandrina, mulher preta da Amazônia, que antes fora reduzida a objeto de estudo, esvaziada do seu vasto repertório de conhecimento e logo jogada ao limbo do suposto esquecimento, agora é o presente!

Sessão Aya

“Utopia” - Rayane Penha (AP): A busca de uma filha por histórias vividas pelo pai garimpeiro, que faleceu no garimpo. Arquivos sobre esse pai, fotos, vídeos e cartas que ele escrevia para a família relatando a vivência e as dificuldades do garimpo. O documentário procura humanizar homens que dedicam suas vidas à terra. Mais do que um registro, o filme vem mostrar um relato íntimo e poético sobre a vida desses garimpeiros.

Sessão Duaf

“A Velhice Ilumina o Vento” - Juliana Segóvia (MT): “A Velhice Ilumina o Vento” conta a história de Valda, mulher preta, idosa, periférica, trabalhadora doméstica da cidade de Cuiabá. Mulher forte, cuiabana do “pé rachado”, Valda subverte em seu cotidiano o paradigma da velhice estigmatizada.

Sessão Aya

“Samba de Cacete - Alvorada Quilombola” - André Santos (PA): O documentário, com 26 minutos de duração, conta a história do Samba de Cacete, uma tradição cultural ainda preservada em comunidades quilombolas do baixo rio Tocantins, Amazônia paraense, que envolve música, canto e dança com elementos dos batuques afrobrasileiros. 

Sessão Sankofa

“Meus Santos Saúdam Teus Santos” - Rodrigo Antônio (PA): Em uma viagem de regresso à ilha do Marajó, terra de seus avós, Rodrigo conhece a pajé Roxita e recebe a notícia de que têm guias espirituais de herança. Rodrigo vive sua iniciação na pajelança marajoara e registra sua relação com Roxita, que será sua guia num encontro com seus ancestrais.