Ativista paraense recebe prêmio internacional de diretos humanos

Claudelice dos Santos foi a vencedora do prêmio Tulipa de Direitos Humanos 2023
A ativista paraense Claudelice dos Santos recebeu nessa segunda-feira (6), em Belém, o prêmio Tulipa de Direitos Humanos 2023, que é uma condecoração anual do governo holandês para apoiar os defensores da causa. Desde 2008, o Ministério das Relações Exteriores concede o prêmio Human Rights Tulip a uma pessoa com destaque.
Nascida e criada no Pará, às margens do rio Tocantins, Claudelice é ativista de direitos humanos e ambiental na região amazônica, além de ser a fundadora do Instituto Zé Claudio e Maria. A casa de abrigo e proteção oferece um refúgio seguro para defensores dos direitos humanos, povos e comunidades tradicionais.
O nome do instituto foi dado em homenagem ao irmão e cunhada dela, ambos assassinados em 24 de maio de 2011 por defenderem a floresta em pé e os direitos humanos. Em meio à dor, Claudelice encontra força e motivação para continuar lutando contra a injustiça dos parentes para manter viva a luta por justiça, a memória dos mártires socioambientais, o apoio aos defensores do meio ambiente ameaçados de morte, a economia solidária e a semeadura da educação ambiental de forma acessível.
“Quem nasce na Amazônia, numa comunidade ambiental, floresta e ribeirinha já é um defensor dos direitos humanos. Eles (Claudio e Maria) eram as lideranças daquela região. Então, me juntei com a família e outros companheiros e decidimos que não iam calar as vozes deles. É um trabalho de memória”, disse Claudelice dos Santos.
O júri do Prêmio de Direitos Humanos recomendou Claudelice dos Santos, do Brasil, ao Ministro das Relações Exteriores pelo extraordinário compromisso com o combate ao desmatamento e com os direitos dos povos e comunidades tradicionais.
O júri acredita que o compromisso de Claudelice tem impacto no futuro, concentra-se em proteger e manter vivos os defensores dos direitos humanos. Isso permite que eles continuem com o trabalho e criem um impacto significativo. A visibilidade do prêmio pode levar a um maior conhecimento e conscientização das iniciativas locais das comunidades indígenas.