Mais da metade dos manguezais está em risco de colapso até 2050, conclui pesquisa
Mais da metade dos manguezais do mundo corre o risco de colapsar até o ano de 2050. É o que revela a primeira avaliação global de manguezais realizada com base na Lista Vermelha de Ecossistemas da International Union for Conservation of Nature (IUCN). De acordo com a pesquisa, esses biomas estão classificados na situação ‘Vulnerável’, ‘Em Perigo’ ou ‘Criticamente em Perigo’.
Esta é a primeira vez que um ecossistema é avaliado em todo o planeta com base na Lista Vermelha de Ecossistemas da IUCN, padrão global que mede o estado de conservação dos ambientes.
No caso específico dos mangues a ameaça se dá em função de fatores como o aumento do nível do mar e da frequência de tempestades severas, associadas às mudanças climáticas, que ameaçam 33% desses ecossistemas, aponta a pesquisa.
O estudo liderado pela organização, envolveu mais de 250 especialistas de 44 países ligados a instituições de investigação, entre elas a Comissão de Gestão de Ecossistemas e a Comissão de Sobrevivência de Espécies (ambas da IUCN), além da Aliança Global de Manguezais. A conclusão foi de que quase 20% das áreas de mangue do planeta estão gravemente ameaçadas pelo desmatamento, a poluição e a construção de barragens.
Foram avaliadas 36 regiões diferentes para identificar ameaças e risco de colapso. No Brasil, os manguezais localizam-se na faixa litorânea, do Amapá até Santa Catarina. De acordo com o mapa da IUCN, os mangues da costa brasileira são os de “menor preocupação” em relação a ameaças, se comparados aos existentes em regiões mais críticas, como nos Estados Unidos e na Índia.
As avaliações do levantamento mostram que, infelizmente, não há nenhuma perspectiva de melhora ou recuperação se até 2050 não forem implementadas mudanças significativas para a proteção dos manguezais.
A avaliação conclui ainda que, em todo o planeta, a manutenção dos ecossistemas de mangues será fundamental para mitigar os impactos das alterações climáticas. Mangues saudáveis driblam a subida do nível do mar e oferecem proteção contra impactos de furacões, tufões e ciclones, acrescentou a IUCN.
