COP29 e o Papel do Pará: Da Amazônia ao Mercado de Carbono Global, Caminhos para um Futuro Sustentável
A COP29, realizada em Baku, Azerbaijão, abriu com um marco significativo para a regulamentação do mercado global de carbono. Logo no primeiro dia, foi aprovada a regulamentação do comércio internacional de créditos de carbono, que será supervisionado pela ONU. Este avanço traz maior transparência e atrai investimentos para projetos de redução de emissões, especialmente em países em desenvolvimento, facilitando a transição para economias de baixo carbono.

O estado do Pará se destaca nesse novo cenário. Em Baku, o governador Helder Barbalho ressaltou o papel fundamental do estado na construção de uma bioeconomia inclusiva e sustentável, que combina crescimento econômico com a preservação da Amazônia. “Precisamos de uma política de transição que integre ciência, saberes ancestrais e bioeconomia para transformar nossa biodiversidade em riqueza de forma sustentável”, afirmou Barbalho, destacando a importância de integrar desenvolvimento e preservação.
Bioeconomia: Integrando Comunidades e Floresta em uma Economia Verde
A bioeconomia é um dos pilares principais da estratégia do Pará. Com foco na utilização sustentável dos recursos da floresta, o estado visa transformar produtos amazônicos, como alimentos, cosméticos e medicamentos, em fontes de riqueza sem comprometer o ecossistema. Nívia Modesto, coordenadora da Ekilibre, uma startup em Santarém, exemplifica: "Cada produto é feito com ingredientes amazônicos, como óleo de açaí e manteiga de cupuaçu, gerando renda para comunidades locais e respeitando a floresta. Isso é bioeconomia em ação.”
Essa visão fortalece a ideia de que a floresta pode ser uma fonte de renda sustentável, integrando conhecimento tradicional com inovação. O mercado internacional começa a reconhecer o valor desses produtos, incentivando mais investimentos no setor.
Mercado de Carbono: Preservação e Renda para Comunidades
O Pará está desenvolvendo um mercado de carbono que não só apoia a preservação da Amazônia, mas também beneficia as comunidades locais. O estado planeja utilizar os créditos de carbono para gerar oportunidades econômicas para comunidades indígenas e ribeirinhas, que protegem a floresta. Essa abordagem financeira para a conservação é vista como uma solução prática, em que a preservação da floresta se traduz em ganhos diretos para as populações que nela vivem.
COP30 em Belém: O Futuro do Pará no Centro do Debate Climático Global
Com a COP30 programada para Belém em 2025, o Pará se prepara para ser a vitrine mundial das práticas sustentáveis na Amazônia. O evento será uma oportunidade de mostrar que o estado não apenas fala sobre sustentabilidade, mas já implementa ações concretas que combinam desenvolvimento e conservação. O estado está avançando com o Plano de Recuperação da Vegetação Nativa (PRVN-PA), que visa restaurar 5,6 milhões de hectares até 2030. Além disso, obras de infraestrutura e capacitação estão em andamento para preparar Belém e fortalecer a economia local antes mesmo da conferência.
O Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, que integra pesquisa, sociobioeconomia e turismo sustentável, é um dos exemplos do que o Pará tem feito para promover uma economia de baixas emissões. O PlanBio, que visa consolidar a bioeconomia, e projetos como a concessão florestal na APA Triunfo do Xingu, são iniciativas que demonstram o comprometimento do estado com práticas de desenvolvimento sustentável.

REDD+ e a Participação das Comunidades Tradicionais
O Pará também é pioneiro na implementação do sistema REDD+, que visa a redução das emissões por desmatamento. Em um projeto de sucesso, o estado realizou uma transação de R$ 1 bilhão em créditos de carbono, envolvendo ativamente povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais na preservação da floresta. Essa estratégia reforça a importância das comunidades locais na proteção ambiental e promove um desenvolvimento mais justo e inclusivo.
Pecuária Sustentável e Economia Verde
A pecuária sustentável é outra prioridade do estado. Medidas como o monitoramento de rebanhos têm sido implementadas para reduzir o desmatamento associado à atividade. O programa "Valoriza Territórios Sustentáveis" oferece incentivos financeiros para mais de 800 pequenos produtores rurais que se comprometem a preservar o meio ambiente, evidenciando o compromisso do Pará com a economia verde e a sustentabilidade.

O Compromisso Global do Pará
A COP29 reforçou a importância do Pará como exemplo de políticas eficazes que unem desenvolvimento econômico e preservação ambiental. O estado se posiciona como líder na transição para uma economia verde, com um modelo que pode inspirar não apenas o Brasil, mas o mundo, mostrando que o progresso não precisa ser prejudicial ao meio ambiente. O mercado de carbono e a bioeconomia são as ferramentas que o Pará busca utilizar para garantir que o futuro seja sustentável, justo e próspero para todos.