4º Festival de Cinema Negro Zélia Amador começa nesta terça (14)

A quarta edição do Festival de Cinema Negro Zélia Amador de Deus começa nesta terça (14) e vai até o dia 29 de janeiro. A programação é gratuita e conta com exibições de filmes, debates, formação audiovisual, prêmios e apresentações musicais.
A programação é realizada pelo Cine Diáspora e será dividida entre o Museu da Imagem e do Som (MIS), no Palacete Faciola, e as paisagens naturais de Icoaraci e das ilhas de Caratateua (Outeiro), Cotijuba, Mosqueiro e Maracujá. Para se inscrever nas oficinas, os interessados devem acessar o perfil do Cine Diáspora no Instagram.
Entre os dias 14 a 17, a Estação Cultural de Icoaraci vai receber as oficinas de fotografia para o cinema, direção de arte e continuidade para o cinema, ministradas pelos profissionais do audiovisual amazônico Lu Peixe (PA), Francisco Ricardo (AM) e Maurício Moraes (PA).
A abertura oficial do festival será no dia 18, na Estação Cultural de Icoaraci, com a exibição do documentário “Ginga Reggae”, de Nayra Albuquerque (MA). Em seguida terão apresentações culturais do grupo Os Falsos do Carimbó (PA) e da DJ Cleide Roots (PA) no Espaço Cultural Coisas de Negro.
Vivências e formação para cineastas
No dia 19 de janeiro o Festival vai trazer vivências para cineastas convidados. Eles vão conhecer as comunidades de matriz africana na ilha de Cotijuba e farão um passeio de bicicleta pela ilha. Os moradores receberão exibições de filmes e apresentações culturais no Mirante da Pedra Branca.
No dia 22, ainda como parte da programação, será realizado o Fórum de Cineastas Negros, com apoio da Associação de Profissionais Negros do Audiovisual (Apan).
O Festival vai contar também com masterclasses sobre cinema indígena cinema nos dias 23 e 24, com Bitate Juma (RO) e Beka Munduruku (PA), distribuição de curta-metragem, por Uilton Oliveira (BA/RJ), e montagem, com Mário Costa (PA).
O Festival
O 4º Festival de Cinema Negro Zélia Amador foi aprovado pela Lei Paulo Gustavo como Apoio a cineclubes, festivais e mostras do município de Belém do Pará.
Nesta edição, o festival homenageia Felipa Maria Aranha, liderança quilombola histórica da região do Baixo Tocantins, no Pará. Felipa Sua resistência às incursões dos senhores de escravos e às tropas portuguesas é memorável entre os remanescentes quilombolas e a comunidade negra brasileira. Ela foi a principal responsável pela organização do quilombo do Mola e da Confederação do Itapocu, entidade composta por cinco quilombos, que empreendeu severas derrotas às forças escravistas.
Possivelmente proveniente da Costa da Mina, Felipa Maria Aranha nasceu entre os anos de 1720 e 1730. Teria sido capturada, ainda na juventude, por volta de 1740, e vendida como escrava para a praça de Santa Maria de Belém do Grão Pará.
História
Iniciado em 2019, o Festival de Cinema Negro Zélia Amador de Deus é um projeto dedicado a produções realizadas por pessoas negras. O festival é realizado de forma bianual e já passou por cinco cidades do Pará, exibindo mais de 100 filmes, premiando 12 realizadores e auxiliando na formação de mais de 50 pessoas da região Norte.
A iniciativa carrega o nome de Zélia Amador de Deus, uma das principais lideranças do movimento negro do Pará e da Amazônia, professora universitária, atriz e diretora de teatro, membro-fundadora do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa) e do Grupo de Estudos Afro-Amazônico (Geam/UFPA).
Este ano o Festival vai premiar com o Troféu Zélia Amador de Deus filmes em cinco categorias: melhor filme da região amazônica, melhor animação amazônica, melhor filme nacional, melhor videoclipe e melhor projeto múltiplos formatos. No total serão mais de R$ 9,5 mil em premiações. Os vencedores serão conhecidos ao final do Festival, no dia 26 de janeiro.