Cultura paraense de luto: morre o humorista, ator e jornalista Mário Filé

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Foto: Reprodução/ Redes Sociais

A cultura e a arte do Pará estão de luto. Morreu nesta terça-feira (18), aos 67 anos, em Belém, o humorista, ator e jornalista Mário Alberto do Nascimento, o “Mário Filé” como era carinhosamente conhecido. A morte foi confirmada por familiares, em anúncio nas redes sociais do artista.

Um dos ícones da arte e cultura do estado, Mário Filé deixou seu nome gravado na história da comunicação, com seu jeito irreverente e com muito bom  humor. Nascido em 08 de janeiro de 1958, ele entrou para o mundo das artes em 1979 e teve uma trajetória multifacetada, com trabalhos como ator, arte-educador, humorista, jornalista, radialista, repórter, produtor e roteirista.

Mário Filé também deixou um legado na comunicação paraense. Ele trabalhou por anos na Cultura Rede de Comunicação, trazendo a sua irreverência e alegria ao público da emissora. O jornalista e escritor Guaracy Britto Júnior falou sobre a contribuição do artista em sua passagem na TV Cultura. “ O Filé teve na Cultura um quadro específico com o personagem dele, chamado ‘Filé - o repórter que dá pé’, então ele trouxe pra cá uma pegada bem popular, de um humor bem do povão, muito legal. E o Filé tinha uma coisa do improviso muito forte e criava situações muito engraçadas na hora de ir pra rua. O ‘Filé - o repórter que dá pé’ era um quadro de enquetes, a gente escolhia um tema e esse tema era desenvolvido dentro do quadro, por exemplo, o medo, o calor de Belém… Então ele fazia perguntas bem absurdas relacionadas ao calor de Belém. Isso rendia boas respostas e boas intervenções do Filé dentro da entrevista da enquete de rua. Esse quadro ficou muito famoso, era o quadro que encerrava o programa porque era um quadro com uma energia muito boa. E essa energia veio do Filé, obviamente, com a sua capacidade como ator, com a sua capacidade como improvisador, com seu estilo e tudo”, relembrou.

Nas artes cênicas, Mário Filé deu vida ao personagem “urubu”, no tradicional espetáculo “Ver de Ver-o-Peso”, obra que se mantém em cartaz por mais de 40 anos. O artista interpretava a figura que é um dos símbolos da feira do Ver-o-Peso, com a pegada de humor e improviso que eram características de seu trabalho.

A despedida ao artista Mário Filé é aberta ao público e em um dos lugares que ele amava: o teatro. O velório está sendo realizado no teatro Waldemar Henrique, em Belém, momento para que todos possam se despedir do artista. A Cultura Rede de Comunicação lamenta essa perda e se solidariza com  familiares, amigos e admiradores desse grande ícone.