Grande Rio é vice-campeã do Carnaval 2025 com espetáculo sobre as águas encantadas do Pará

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Escola de Duque de Caxias emociona a Sapucaí com o enredo “Pororocas Parawaras” e garante o vice-campeonato com uma celebração grandiosa da cultura amazônica.

Foto: Reprodução
Foto: Juliana Dias

A Acadêmicos do Grande Rio brilhou na Marquês de Sapucaí e conquistou o vice-campeonato do Grupo Especial do Carnaval 2025. Com um desfile deslumbrante, a escola de Duque de Caxias encantou público e jurados ao levar para a avenida a força das águas amazônicas e das entidades encantadas que habitam o encontro do rio com o mar.

A penúltima escola a desfilar na madrugada desta quarta-feira (5), a Grande Rio apresentou o enredo “Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós”, assinado pelos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. A proposta foi um mergulho profundo na cultura do Pará, exaltando a simbologia das pororocas e os seres místicos que habitam o imaginário popular da região.

O enredo e a força do Tambor de Mina

Com um enredo que explora a história e dá ênfase à religião afroamazônica, a Grande Rio levou para o sambódromo da Marquês de Sapucaí toda a magia e os encantamentos do Tambor de Mina, uma das tradições religiosas mais marcantes do Pará.

A escola destacou a história das princesas turcas Jarina, Herondina e Mariana, que, segundo a tradição, se tornaram seres encantados da Amazônia. Essas figuras foram representadas por Naieme, Dira Paes e Fafá de Belém, respectivamente, abrilhantando ainda mais o desfile com a presença de personalidades paraenses.

Segundo a lenda, um sultão, temendo as guerras santas que assolavam a Turquia, colocou suas três filhas em um navio para protegê-las, enviando-as a uma terra distante. No meio da jornada, um portal místico se abriu, fazendo com que o navio e as princesas desaparecessem, transportando-as para o coração da Amazônia.

As princesas também são representadas por símbolos mágicos:
    •    Mariana é a “arara-cantadeira”
    •    Jarina é a “borboleta à espreita”
    •    Herondina é a “onça do Grão-Pará”

Essa narrativa, repleta de encantamento e tradição, se desdobrou na avenida em alegorias grandiosas e figurinos que mesclaram a cultura amazônica com elementos da mitologia turca, criando um espetáculo visual impressionante.

Uma viagem pelas águas encantadas do Pará

O desfile foi uma verdadeira imersão na cultura amazônica, com alegorias e fantasias que refletiram as tradições, lendas e riquezas naturais do Pará. O carro abre-alas impressionou com uma estrutura grandiosa de 40 metros de comprimento, iluminada por 75 lanternas, criando um efeito mágico na avenida.

Outro grande destaque foi a presença de balões representando águas-vivas e peixes das águas amazônicas, decorados com desenhos inspirados na arte turca. Essas estruturas flutuavam sobre as arquibancadas, conduzidas por integrantes da escola, criando um efeito visual deslumbrante e reforçando a atmosfera mística do desfile.

A bateria, conduzida por Mestre Fafá, incorporou elementos do carimbó e do curimbó, transformando a Sapucaí em uma grande celebração musical paraense. Além disso, a Grande Rio contou com grupos musicais e componentes do Pará, trazendo ainda mais autenticidade à homenagem.

O samba-enredo nota 10 e sua conexão com o Pará

A Grande Rio também celebrou um feito inédito: a vitória da escola de samba Deixa Falar, da capital paraense, na disputa do samba-enredo. A composição vencedora, intitulada “A mina é cocoriô!”, foi assinada por Mestre Damasceno, Ailson Picanço, Davison Jaime, Tay Coelho e Marcelo Moraes e interpretada por Fábio Moreno.

A escolha do samba feito por compositores paraenses fortaleceu ainda mais a ligação da Grande Rio com a cultura do Norte, tornando o desfile ainda mais simbólico e representativo. O reconhecimento foi unânime: o samba-enredo recebeu nota 10 de todos os jurados, consolidando sua qualidade e impacto na avenida.

O vice-campeonato e o reconhecimento da Grande Rio

O vice-campeonato consagra um desfile memorável, que uniu arte, história e tradição em uma homenagem à cultura amazônica. A escola de Duque de Caxias apresentou um espetáculo tecnicamente impecável, conquistando o respeito do público e deixando sua marca no Carnaval carioca.

A colocação reafirma a força da Grande Rio como uma das potências do Carnaval do Rio e deixa um legado de representatividade para o povo do Pará, que viu sua cultura e suas tradições brilharem na maior festa popular do Brasil.

O Carnaval 2025 ficará marcado como o ano em que as águas encantadas do Pará invadiram a Sapucaí, garantindo à Grande Rio o segundo lugar e o reconhecimento de um desfile grandioso e emocionante.