Vazamento de dados no sistema Pix do CNJ afeta 11 milhões de pessoas, mas nenhuma senha foi revelada

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O Banco Central informou que o incidente afetou mais de 46 milhões de chaves PIX, mas os dados vazados não permitem a movimentação de recursos.
Mais de 46 milhões de chaves pix foram acessadas indevidamente por sistema do Conselho Nacional de Justiça. Foto: Bruno Peres/ Agência Brasil.

O Banco Central (BC) esclareceu na tarde desta quinta-feira (24) que um vazamento de dados ocorrido em um sistema administrado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) afetou 46.893.242 chaves Pix pertencentes a 11.003.398 pessoas. A autoridade monetária também informou que foram expostos mais tipos de dados do que o comunicado inicialmente.

Segundo o Banco Central e o CNJ, as informações acessadas são de natureza cadastral. Isso significa que os dados vazados não permitem a movimentação de recursos, nem o acesso a contas ou a outras informações financeiras dos usuários.

O BC ressaltou que o incidente tem baixo impacto potencial para os usuários e que a comunicação não é exigida pela legislação. A autarquia, no entanto, decidiu divulgar a ocorrência por causa do princípio de transparência.

Como foi o vazamento

De acordo com as instituições, foram acessados de forma indevida dados de chaves Pix via Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário (Sisbajud), que conecta juízes e o BC. As informações cadastrais expostas foram as seguintes:

  • Nome do usuário;
  • Cadastro de Pessoas Físicas (CPF);
  • Instituição de relacionamento;
  • Agência;
  • Número e tipo da conta;
  • Chave Pix;
  • Situação da chave Pix;
  • Data de criação da chave Pix;
  • Data de exclusão da chave Pix.

Inicialmente, o CNJ havia informado que as seguintes informações foram acessadas: nome da pessoa, chave Pix, nome do banco, número da agência e número da conta.

Segundo o CNJ, o problema ocorreu no domingo (20) e na segunda-feira (21) e foi prontamente corrigido. O CNJ e o BC reiteraram que não foram expostos dados sensíveis, como senhas, informações de movimentações ou saldos financeiros em contas transacionais, ou quaisquer outras informações sob sigilo bancário.

O Sisbajud é uma ferramenta eletrônica que permite aos juízes solicitar informações financeiras e bloquear bens de devedores. Ele veio para substituir o antigo BacenJud, tornando mais fácil a comunicação entre o sistema judiciário e as instituições financeiras. Assim, as ordens judiciais podem ser cumpridas de forma mais ágil e eficiente.

O CNJ informou que vai oferecer, em breve, uma ferramenta exclusiva para o cidadão consultar se foi afetado pela exposição de dados. A divulgação desse canal será feita no site do CNJ: www.cnj.jus.br

É importante ressaltar que o CNJ não vai entrar em contato com as vítimas por mensagens de texto, SMS, e-mail ou ligações telefônicas. O meio de comunicação para as pessoas afetadas será feito exclusivamente por um único canal.

Com informações da Agência Brasil.