Estudo detecta metais tóxicos em absorventes internos

Compartilhe
Foto: Marta Branco / Pexels

Pesquisadores da Universidade de Berkeley, na Califórnia, Estados Unidos, encontraram metais tóxicos em 14 marcas de absorventes internos femininos, sendo algumas delas orgânicas.

Os metais encontrados foram chumbo, arsênio e cádmio, em níveis preocupantes e que podem ser absorvidos pelos corpos das mulheres que usarem os tampões.

O estudo foi publicado na revista Environment International e concluiu que o uso de absorventes internos é uma fonte potencial de exposição a metais em pessoas menstruadas.

A pesquisa se soma a um volume de evidências científicas cada vez mais robustas sobre a presença de substâncias perigosas em produtos de higiene íntima.

Principal autora do estudo, Jenni Shearston destaca que, apesar dos potenciais riscos à saúde pública, a presença de metais tóxicos em absorventes internos é um tema pouco pesquisado.

A equipe liderada por Shearston avaliou a presença de 16 metais nas amostras: arsênio, bário, cálcio, cádmio, cobalto, cromo, cobre, ferro, manganês, mercúrio, níquel, chumbo, selênio, estrôncio, vanádio e zinco. Todos foram testados positivamente, mas chumbo, arsênio e cádmio estavam presentes em "quantidades elevadas".

Embora os cientistas não revelem os nomes das marcas testadas, eles afirmam que a amostra incluiu produtos listados como "campeões de venda" em um grande site varejista. Os produtos foram adquiridos tanto pela internet quanto em lojas físicas em Nova York, Londres e Atenas entre setembro de 2022 e março de 2023.

O grupo afirma não saber como os metais foram parar nos absorventes, mas especula que as matérias-primas possam ter sido contaminadas por agrotóxicos, pela água, ar ou solo, ou que alguns metais tenham sido adicionados intencionalmente durante o processo de fabricação para pigmentação e controle odores, ou ainda como agente antibacteriano.

Efeitos dos metais

Os efeitos de metais pesados na saúde já são bem documentados pela ciência e incluem: danos aos sistemas cardiovascular, nervoso e endócrino; ao fígado, rins e cérebro; maior risco de desenvolver demência, câncer, diabetes e infertilidade; além do risco de comprometer a saúde de gestantes e seus fetos.

Os autores do estudo argumentam que os absorventes internos podem ser fonte de exposição a substâncias químicas, incluindo metais, porque a mucosa no interior da vagina é mais permeável do que a pele humana.

Com informações da Deutsche Welle Brasil