Propriedades farmacêuticas, cosméticas e alimentícias do jambú ganham evidência na indústria

Compartilhe

O jambú, ingrediente tradicional da culinária paraense, vem ganhando cada vez mais destaque nas indústrias farmacêuticas e cosméticas, tendo suas propriedades versáteis e sua natureza sustentável reconhecidas no desenvolvimento dos mais diversos produtos.

A planta, herança da cultura indígena, é objeto de pesquisa do Laboratório de Tecnologia Supercrítica (Labtecs), no Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá (PCT), localizado na Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém. A pesquisadora Ana Paula Silva, doutoranda em Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFPA, estuda o jambú há mais de cinco anos, desde o plantio, a cadeia produtiva de processamento até a pesquisa de entrega ao consumidor, e fala sobre as aplicações da planta em produtos.

“O jambú é um produto muito versátil, que nos dá possibilidade de aplicação em diferentes indústrias. Inicialmente, desenvolvemos uma espécie de condimento, com sabor e aroma característicos, que garante sensações diferenciadas aos alimentos", conta a pesquisadora. Um dos produtos desenvolvidos no Labtecs foi o creme pró-envelhecimento, que ajuda norelaxamento facial e atenua as linhas expressões, outro foi um gel lubrificante íntimo, livre de toxicidade e com ação estimulante sexual.

Para a área da saúde, especificamente a bucal, a equipe desenvolveu um enxaguante bucal e um filme de desintegração rápida, inicialmente voltado a pessoas em tratamento de câncer, que geralmente são acometidos pela doença da boca seca.

“A doença pode diminuir o processo de salivação, que pode provocar feridas, dor e o desenvolvimento de microrganismos, bactérias e fungos na boca. Visando às propriedades que o jambu tem de diminuir a dor, estimular a salivação, com potencial anti-inflamatório, nós desenvolvemos o filme, que a pessoa coloca na boca e ele se desintegra imediatamente, para atenuar esses problemas. Ainda para a saúde bucal, desenvolvemos um enxaguante, sem álcool na formulação, para ajudar pessoas que fazem tratamento dentário”, explica a doutoranda.

 

Reportagem: Paulo de Brito 

Tags