Número de motoristas com problemas de visão aumenta 95% no Pará em dez anos

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Foto: Joédson Alves / Agência Brasil

Dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) apontam que o número de motoristas que só podem conduzir veículos com uso de óculos ou lentes de contato saltou de 14,4 milhões em 2014 para 25,4 milhões em 2024, um aumento de 77% em todo o Brasil.

No Pará o número saltou de 225 mil em 2014 para 441 mil em 2024, um aumento de 95% em dez anos, bem acima da média nacional.

Os dados foram analisados pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), que apontou que os principais fatores para o aumento são: o envelhecimento da população, o uso excessivo de telas de computadores e celulares e doenças crônicas, como diabetes e hipertensão.

O pedido de inclusão de anotações na CNH sobre problemas de visão é feito pelo médico do tráfego ao final da avaliação prévia exigida para a concessão ou renovação da CNH. Durante o exame, o profissional analisa as condições do candidato de conduzir um veículo sem oferecer perigo para outros motoristas, passageiros e pedestres.

Entre as aptidões analisadas estão: acuidade visual; campo de visão; capacidade do candidato de enxergar à noite e reagir prontamente – com resposta rápida e segura – ao ofuscamento provocado pelos faróis dos demais veículos; e capacidade de reconhecer as luzes e sua posição nos semáforos.

Lissandra Erero, vice-presidente da comissão de credenciamento de clínicas do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), comenta que as restrições mais comuns para quem que querem tirar a CNH são as refrações oculares, ou seja: miopia, astigmatismo e hipermetropia.

“As restrições mais comuns são: uso de lentes corretivas para corrigir alterações da refração ocular e outras deficiências; restrição para dirigir após o pôr do sol com candidatos que apresentem lesões oculares preexistentes; idosos e pessoas com sensibilidade à luz; restrição por alterações de ofuscamento e visão noturna”, relata.

O médico oftalmologista Lauro Barata conta que os problemas oculares não tratados podem levar à baixa visão.

“Os principais problemas que nós encontramos são: os relacionados a miopia, hipermetropia e astigmatismo. Quando não são corrigidos, esses problemas podem levar a uma baixa de visão e, como consequência, as pessoas ficam num padrão abaixo do necessário para tirar a carteira”, explica.

O médico explica que o daltonismo também é uma das doenças que podem ser um obstáculo para a carteira de habilitação. O especialista recomenda que os pacientes procurem periodicamente o oftalmologista para que preservem a saúde ocular. O diagnóstico precoce é fundamental para um tratamento adequado.

Além de afetar outras áreas do corpo, a saúde ocular funciona como um indicativo de outros problemas. Olhos amarelados, por exemplo, podem ser sinal de doença no fígado ou no pâncreas. A icterícia e a hepatite também são problemas caracterizados pelos olhos amarelos.

 

Com informações da Agência Brasil