Pará revoluciona setor energético ao transformar açaí em biocombustível e asfalto sustentável

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Inovação sustentável pode atrair grandes investimentos e colocar o estado no centro da transição energética global

Foto: Reprodução

O Pará está se posicionando como referência em inovação sustentável ao transformar resíduos de açaí e tucumã em biocombustível e asfalto ecológico. A iniciativa, desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), busca reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e incentivar o uso de materiais renováveis na infraestrutura.

Com a COP-30 se aproximando e trazendo atenção mundial para Belém, o projeto se destaca como uma oportunidade para atração de investimentos e expansão da tecnologia para mercados internacionais.

Biocombustível e bioasfalto: soluções sustentáveis que podem transformar a Amazônia

A pesquisa faz parte do projeto Sustenbioenergy/CNPq, que desenvolve uma alternativa verde para produtos petroquímicos tradicionais. Os resíduos da biomassa amazônica estão sendo transformados em gasolina verde, querosene de aviação e bioasfalto, criando um novo modelo de economia circular.

O professor Nélio Teixeira Machado, pesquisador líder do projeto, destaca a inovação. “O que produzimos é uma petroquímica verde, pois utilizamos apenas resíduos, sem desmatar”.

Essa tecnologia pode reduzir as emissões de carbono em até 80% em comparação aos combustíveis fósseis, além de valorizar insumos da floresta sem comprometer sua biodiversidade.

Oportunidade para investimentos e desenvolvimento econômico

O projeto já provou sua viabilidade econômica e agora busca atrair investimentos para expansão da produção em comunidades isoladas e na Região Metropolitana de Belém. O modelo de Parcerias Público-Privadas (PPPs) é uma das estratégias para viabilizar a implementação do protótipo em escala industrial.

Com a produção em larga escala, além de garantir uma fonte de energia sustentável, o projeto pode gerar novas oportunidades de emprego e renda, fortalecendo a bioeconomia local.

A COP-30 como vitrine para o mundo

Com a realização da COP-30 em Belém, o projeto terá uma plataforma global para apresentar suas soluções inovadoras. O evento pode consolidar o Pará como um polo de referência em tecnologia sustentável, impulsionando parcerias estratégicas e o aumento do uso de biocombustíveis no Brasil e no exterior.

A expectativa é que a exposição internacional traga novos negócios e colaborações com investidores e empresas interessadas na transição energética e na redução das emissões globais.

Impacto para as comunidades e o meio ambiente

A implementação dessa tecnologia pode transformar a realidade de comunidades amazônicas, oferecendo alternativas sustentáveis ao uso de combustíveis fósseis. O bioasfalto, por exemplo, pode melhorar a infraestrutura local com custos reduzidos e menor impacto ambiental.

Além disso, a iniciativa reforça a importância do Pará no cenário global de sustentabilidade, demonstrando que é possível aliar crescimento econômico e preservação ambiental.

Com a crescente demanda por soluções limpas, o açaí e o tucumã não serão apenas símbolos da cultura paraense, mas também motores da inovação na transição para um futuro mais sustentável.