Pesquisa explora as potencialidades da gelatina do tambaqui

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Estudos desenvolvidos pela Embrapa explora as propriedades da espécie para as indústrias alimentícia e farmacêutica.

Foto: Reprodução/Revista Panorama da Aquicultura.

O tambaqui (Colossoma Macropomum) tem atraído o interesse de pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Os estudiosos investigam as potencialidades da espécie da região amazônica para além da gastronomia.

A pesquisa desenvolvida no âmbito do projeto “Ações estruturantes e inovação para o fortalecimento das cadeias produtivas da aquicultura no Brasil” (BRS Aqua) busca soluções para um dos maiores problemas enfrentados pela expansão da cadeia produtiva de pescado: a quantidade de resíduos gerados durante o processamento do peixe.

Entre as inovações encontradas, está o aproveitamento da pele de peixes a fim de extrair delas o colágeno parcialmente hidrolisado (gelatina).

Segundo o pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste (SP), Manuel Antônio Jacintho, foi possível obter gelatina com bom rendimento e características tecnológicas, com potencial de aplicação em produtos na indústria de alimentos e farmacêutica.

Jacintho e outros sete pesquisadores são os autores da pesquisa publicada no Journal of Aquatic Food Product Technology, que reforça que a gelatina do tambaqui é uma alternativa à gelatina comum, geralmente, feita de couro bovino ou suíno.

Segundo o pesquisador, o colágeno obtido da pele do peixe pode ser utilizado na produção de micropartículas, filmes e hidrogéis, produção de filmes como componentes de embalagens de alimentos, clarificante de bebidas e para produção de cápsulas moles, além de ser fonte de peptídeos bioativos.

Os estudos estão sendo realizados com o apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Secretaria Nacional de Aquicultura e Pesca do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA).

Com informações da Embrapa Pecuária Sudeste.