Pesquisadores da Ufra monitoram botos da região de Mocajuba, no nordeste paraense

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Estudo realiza o mapeamento da saúde das espécies e os impactos da interação entre seres humanos e os animais.

 

pesquisador dentro do rio com um boto
Foto: Arquivo do Projeto / Reprodução

 

Pesquisadores da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e do grupo BioMa estão em Mocajuba, região nordeste paraense, para avaliar a saúde dos botos que vivem no rio Tocantins, às margens do Mercado Municipal e que são alimentados por populares.

Distante a 236 quilômetros de Belém, Mocajuba é conhecido pela presença dos animais na área do mercado de peixes, o que se tornou um dos atrativos turísticos para quem visita a região. Essa interação entre pessoas e os animais é motivo de preocupação para biólogos e veterinários.

Os animais catalogados são da espécie Botos-do-Araguaia (Inia araguaiaensis) que habitam a bacia Araguaia-Tocantins, que abrange os estados do Pará, Tocantins, Maranhão, Goiás e Mato Grosso, além do Distrito Federal. Eles estão na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, segundo os critérios adotados pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

Coordenado pelo professor Frederico Ozanan, o trabalho de pesquisa começou no último sábado (20) e vai se estender até o mês de agosto, reunindo professores e alunos da pós-graduação. O mapeamento da saúde dos animais inclui desde aspectos fisiológicos, até a vocalização e a biologia.

Segundo a pesquisadora Angélica Rodrigues, bióloga do BioMa, grupo de pesquisa que atua no projeto, o estudo avalia a interação com os botos como possível indicador de impactos não só para a saúde dos animais, mas também dos seres humanos.

Para isso, os pesquisadores realizam a coleta de sangue, borrifo e ultrassom. Todo o estudo é feito com os animais em ambiente natural. Os resultados obtidos vão ajudar no trabalho de preservação da espécie.

Os botos têm um papel importantíssimo na natureza porque são sentinelas ambientais. A partir deles é possível mapear a saúde de um rio, ajudando no equilíbrio da cadeia alimentar no ambiente aquático e apontado as fragilidades dos ecossistemas fluviais, acrescentou Angélica.

O grupo Bioma monitora a saúde dos botos na região de Mocajuba desde 2013. Ao longo desse período já foram registrados o nascimento de oito filhotes. No ano passado, o projeto foi contemplado com o primeiro lugar no edital da Iniciativa Amazônia +10.

 

Com informações de Vanessa Monteiro, Ascom/Ufra.