Projeto Meca: empreendedorismo, cooperativismo e arte em Belém
Ao som de artistas regionais e nacionais, o Projeto Multilinguagens da Economia Criativa da Amazônia (Meca), começou, na noite da ultima quinta-feira (11), no Parque da Residência, em Belém.
Ao longo desta semana, a capital paranaense permanece destacando os empreendedores que produzem peças de artesanato, cerâmica e moda. Além de outras soluções e produtos sustentáveis no Festival promovido em conjunto pelo Sebrae/Pará, Sescoop e Senar/Pará.
Durante a programação de abertura, centenas de pessoas aproveitaram a noite na cidade para prestigiar o evento único e diversificado, que teve seu início com o show da cantora Juliana Sinimbú, seguido pelo desfile da coleção Cápsula Marajó.
Na sequência, as apresentações dos artistas Arthur Espíndola e Elba Ramalho, construída em formato de sarau. Oferecendo ao público uma experiência rica, com falas sobre as trajetórias pessoais e profissionais de cada um.
“O Meca proporciona o encontro de arte e empreendedorismo. Por isso, criamos um espaço em que os dois caminham juntos, mostrando ao mundo que Belém é, de fato, a meca da Cultura. Uma celebração da nossa cultura e do nosso potencial criativo. Queremos mostrar como as diferentes linguagens artísticas se interligam e como a arte também é parte essencial da economia criativa”, declara Arthur Espíndola, cantor e idealizador do festival.
Como convidada especial, a cantora paraibana Elba Ramalho aproveitou a oportunidade para destacar a região do Pará como centro de saber regional e cultura. “O evento é um formato diferenciado, é meio que um talk show e adoro contar histórias. Quando recebi o convite não pensei duas vezes, eu gosto muito desse lugar. Sempre que estou aqui, me encanto com a vasta imensidão cultural que vocês possuem. Não há como negar, o Pará é um estado rico e hoje eu vim cantar para todos vocês, como forma de agradecer pelo carinho de todos esses anos”, expõe.
Empreendedorismo, cooperativismo e arte
De acordo com Rubens Magno, diretor-superintendente do Sebrae no Pará, a região amazônica é uma das mais biodiversas do mundo, e na floresta estão soluções que podem gerar negócios sustentáveis e inovadores. Como biocosméticos, biojoias, artesanato, moda, entre outros. Revelando a brasilidade da região para quem vive no país ou virá de fora para a COP 30, que vai acontecer no ano que vem em Belém.
"A arte, incluindo a música, é um dos eixos de atividade da economia criativa - cujo objetivo é usar a criatividade como vetor de desenvolvimento social e econômico. E como sempre, queremos fortalecer atividades da economia criativa que já existem. Mas também capacitar empreendedores e pequenos negócios. Mostrando para essas pessoas que podem e devem aproveitar seu saber ancestral, suas aptidões e o local em que vivem para gerar renda e oportunidades perenes, que se mantenham depois da COP 30", afirma Rubens Magno.
Estima-se que a economia criativa poderá gerar mais 1 milhão de empregos no país até 2030, de acordo com o levantamento recente do Observatório Nacional da Indústria (ONI), núcleo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Atualmente, esse segmento é responsável por 7,4 milhões de postos de trabalho no país.
Oportunidade para novos negócios
Comercializar, fazer networking e até desenvolver parcerias para criar novos itens. Esse é o principal objetivo dos 18 empreendedores que estão com mostras de seus produtos na feira de economia criativa, como a marca de moda feminina e acessórios ‘Amazônia Zen', criada em 2005 pela artesã Drielle Sassaki, no qual os insumos usados pela marca são resultado de reaproveitamento do meio ambiente e da floresta, sempre apoiados pelos cursos do Sebrae no Pará.
"Usamos couro e escamas de peixe descartados, resíduos de madeira de obra e fibras de garrafas pet para criar moda de impacto e sustentável. Então a participação nesse tipo de feira é importante para trocar experiências com outras empreendedoras e também para descobrir novos materiais e usos. Tenho feito contatos importantes nessas feiras de economia criativa e conquistado fornecedores que têm a mesma proposta criativa", explica.
Já a Ciclo Saboaria quer a visibilidade que esse tipo de evento pode trazer para uma empresa pequena e jovem. Criada em 2021, a marca da empreendedora Gabrielle Bandeira nasceu da necessidade de transição de carreira de uma advogada cansada da profissão.
"Fiz um curso de saboaria por hobby, mas descobri uma oportunidade de negócios. Como já conhecia e valorizava os insumos naturais, fiz contato com fornecedores locais e investi nos produtos da região para criar xampus, condicionadores, sabonetes e aromatizantes naturais, sustentáveis e veganos. Cada um deles tem a proposta de valorizar a nossa cultura e nossas tradições, especialmente no nome”, conclui Gabrielle.
O Festival MECA segue até dia 12 de julho. Nesta sexta-feira, é a vez de Nilson Chaves realizar seu show também ao lado de Espíndola. O momento será marcado também pela presença do artista visual Andy Santos, que criará uma obra de arte ao vivo durante as apresentações.