Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos lança consulta pública para Memorial da Escravidão Negra no Pará

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O espaço será localizado no Complexo Feliz Lusitânia e visa destacar a presença africana na região
O Memorial ficará no Complexo Feliz Lusitânia, na Cidade Velha. Foto: Paulo Cezar / Agência Pará

Nesta terça-feira (25), a Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh) deu início a uma consulta pública, disponibilizando um formulário online para que a população possa enviar sugestões sobre a criação do Memorial da Escravidão em Belém.

Para participar da pesquisa basta clicar neste link e responder ao questionário. Entre as questões levantadas estão: a relevância deste espaço público, o nome a ser escolhido, o acervo do espaço e as expectativas do público.

Segundo a Seirdh, o memorial será instalado na área do Complexo Feliz Lusitânia, um local histórico onde existiam dois pelourinhos e que também foi o ponto de chegada dos africanos escravizados trazidos para a capital paraense através do tráfico transatlântico.

O projeto pretende evidenciar a presença africana na região norte, além de abordar temas relacionados à memória e contribuições do povo negro para a formação da Amazônia.

Para a professora Antonia Carneiro, descendente de escravos vindos da África e residente em São Miguel do Guamá, no nordeste paraense, a criação desse espaço é importante para manter viva a memória de seu povo e da luta contra a escravidão.

 "A criação deste memorial é um passo fundamental para considerarmos a importância dos nossos antepassados africanos na formação da região. Esse espaço vai permitir que uma história de sofrimento e resistência do nosso povo seja contada e valorizada. É essencial que as futuras gerações entendam e respeitem as contribuições dos africanos na construção da Amazônia, desde a cultura até a economia. Ter um lugar onde pensamos refletir sobre nossa herança e honrar nossos ancestrais é uma vitória para toda a comunidade”, afirmou.

O  memorial contará com experiências multissensoriais, valorização da memória e reconhecimento do processo de exploração e escravidão. O espaço também servirá como um cenário para o combate ao racismo, por meio de iniciativas de reposição e não reprodução, tratando da naturalização do racismo que ainda perdura nos dias atuais de diferentes maneiras.