SUS vai substituir papanicolau por exame molecular do HPV a partir deste ano

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Foto: Marcelo Casal / Agência Brasil.

A partir deste ano, o Sistema Único de Saúde começará a substituir gradualmente o exame citopatológico para a detecção do HPV (conhecido popularmente como papanicolau), pelo exame molecular de DNA-HPV. A mudança foi justificada pela maior sensibilidade do novo exame, que também permitirá aumentar o intervalo entre as coletas para cinco anos, caso não haja diagnóstico do vírus.

O exame de câncer de colo de útero continua sendo indicado para mulheres de 25 a 64 anos e detecta alterações nas células do colo do útero.

A substituição do Papanicolau pelo exame de DNA-HPV faz parte das novas diretrizes para o diagnóstico do câncer do colo do útero, divulgadas na quarta-feira (26) pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). As novas orientações já foram aprovadas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde e pela Comissão de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (Conitec). A implementação depende apenas da avaliação final da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde.

O teste molecular é mais eficaz na redução de casos e óbitos porque tem alta sensibilidade. O exame é recomendado como teste primário para detecção do HPV pela Organização Mundial da Saúde desde 2021.  Além disso, ele oferece a vantagem de identificar o subtipo do vírus em casos positivos, informação crucial para o tratamento, pois apenas algumas variantes do HPV apresentam risco de desenvolver lesões que podem levar ao câncer.

O Papilomavírus Humano (HPV) é responsável por mais de 99% dos casos de câncer de colo do útero, e é o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres brasileiras, com cerca de 17 mil novos casos anualmente. Com altas taxas de vacinação e rastreamento organizado, especialistas preveem que a doença poderá ser erradicada em cerca de duas décadas.

Texto elaborado com informações da Agência Brasil.