Conclave: processo de votação para eleger um novo papa guarda muitas curiosidades

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Com o funeral e o sepultamento do corpo do papa Francisco, ocorrido neste sábado (26), na igreja de Santa Maria Maior, em Roma, abre-se o período do Novemdiales, ou seja, de nove dias de luto na Igreja Católica e que antecede a realização do conclave. A reunião secreta dos cardeais no Vaticano a fim de eleger um novo sumo pontífice, após a morte ou renúncia de um papa, remonta ao século XIII e guarda algumas curiosidades.

O nome conclave vem do latim “cum clavis” que significa fechado com chave, em referência ao caráter confidencial do processo que adquiriu essa forma devido a pressões políticas e outras interferências externas na hora de decidir um novo papa.

Foto: Divulgação
Foto: Vatican News / Reprodução

O local onde acontece a votação é a Capela Sistina, obra máxima de Michelangelo, responsável pela pintura dos afrescos a pedido do papa Júlio II, entre 1508 e 1512. A capela foi construída entre 1477 e 1480, tendo sido usada pela primeira vez para um conclave em 1492.

Depois da chegada de todos os cardeais ao Vaticano, o conclave começa com uma missa celebrada na Basílica de São Pedro. Após, eles se dirigem à Capela Sistina onde a votação se dá a portas fechadas.

Apenas os membros do Colégio de Cardeais com menos de 80 anos de idade votam. Eles precisam jurar sigilo absoluto sobre todos os procedimentos da eleição papal. A votação ocorre até que um cardeal obtenha dois terços dos votos, critério necessário para ser eleito um papa. Pela regra, os cardeais não podem votar em si próprios e os votos são anônimos.

O conclave mais longo da história foi na eleição do papa Gregório X. O processo durou quase três anos e foi concluído em setembro de 1271. Já o mais curto foi o de 2005, durou apenas dois dias e elegeu Bento XVI.

Os resultados das votações se dão por meio da fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina. A tradição é antiga. Quando os cardeais não chegam a um consenso, é expelida uma fumaça preta. Já a fumaça branca sinaliza ao mundo que um novo pontífice foi escolhido.

O cardeal eleito para ser papa pode aceitar ou recusar o título. Caso aceite, ele precisa escolher um novo nome. Esse costume iniciou em 533 com a eleição do papa João II, cujo nome de batismo era Mercúrio. Para evitar a associação com o deus pagão Mercúrio, ele adotou o nome João em homenagem a um dos apóstolos de Jesus.