Conheça os sintomas das doenças que aumentam durante o inverno amazônico

O período conhecido como inverno amazônico, que é quando as chuvas aumentam em proporção na região Norte do Brasil, vai de dezembro a maio. Durante esse período, aumenta a incidência de síndromes respiratórias, doenças virais, infecciosas e as arboviroses.
Os pais devem ter cuidados redobrados com as crianças até 12 anos, pois elas estão mais propensas a ficar doentes nessa época do ano.
Dados do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NVE) do Hospital Abelardo Santos, apontam que ao longo de 2024 foram notificados 1.249 casos de pacientes com sintomas de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
Destes, 750 eram crianças de até 12 anos (60,04% do total). Durante a temporada de chuvas, a média semanal é de 30 ocorrências, o dobro do observado em outros períodos.
A infectologista Vanessa Santos explica que o período chuvoso cria um ambiente favorável para essas doenças respiratórias. "As mais comuns são rinites alérgicas, asma, resfriados, sinusites, bronquiolites e pneumonia, devido ao aumento de fungos, mofos, vírus e bactérias que circulam pelo ar”, explica.
Ainda segundo a infectologista, entre os cuidados para evitar as doenças estão: lavar as mãos frequentemente, evitar aglomerações, arejar a casa, beber bastante água e ter uma alimentação saudável, para fortalecer o sistema imunológico.
Conheça as principais doenças dessa época do ano e seus sintomas.
Doenças das vias aéreas
- Resfriado: Coriza (nariz escorrendo), espirros, dor de garganta, tosse leve, congestionamento nasal e febre baixa;
- Gripe (Influenza): Febre alta, calafrios, dor de cabeça, dor muscular, tosse seca, dor de garganta e cansaço excessivo;
- Bronquite: Tosse persistente, produção de muco (catarro), cansaço, dor no peito e chiado ao respirar;
- Pneumonia: Tosse com muco, febre alta, dificuldade para respirar, dor no peito e cansaço;
- Asma: Chiado no peito, falta de ar, tosse frequente, especialmente à noite ou ao acordar;
- Rinite alérgica: Espirros, coriza, prurido (coceira) no nariz, olhos lacrimejantes e congestão nasal;
- Sinusite: Dor ou pressão facial, dor de cabeça, secreção nasal espessa, febre e tosse noturna.
Arboviroses
As arboviroses aumentam nesse período com o acúmulo de água parada, onde se desenvolvem os ovos do mosquito Aedes aegypti, que transmite a Dengue, Zika e Chikungunya.
Para evitar a água parada, é preciso manter todo tipo de reservatório fechado, virar garrafas e pneus, fazer limpeza de ralos e esgotos e usar areia nos pratos de vasos. Ao encontrar larvas do mosquito em um reservatório, jogue a água na terra.
- Dengue: Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, a doença se manifesta com febre alta, dores no corpo, dor de cabeça e, em casos graves, hemorragias;
- Zika: Também transmitida pelo Aedes aegypti, pode causar febre, erupções cutâneas, dores articulares e, em gestantes, pode resultar em complicações graves para o feto, como a microcefalia;
- Chikungunya: Essa doença pode causar febre alta, dores articulares intensas e, em alguns casos, sequelas musculares a longo prazo.
Doenças transmitidas por água contaminada
No período chuvoso existem várias doenças transmitidas pela água contaminada, que as pessoas acabam por ter contato principalmente em pontos de alagamentos nas cidades. São doenças perigosas e que podem ser fatais .
Por contato:
- Leptospirose: Transmitida pela urina de ratos, especialmente em águas contaminadas por esgoto. A doença apresenta febre, dor de cabeça, calafrios, dor muscular, icterícia (coloração amarelada na pele e nos olhos) e hemorragias;
- Esquistossomose: Febre, calafrios, eritema ou urticária, dor abdominal, diarreia, cansaço, tosse e cefaleia;
Por ingestão de água e alimentos contaminados:
- Cólera: Diarreia intensa, vômitos, desidratação severa, podendo levar a choque e morte se não tratado;
- Hepatite A: Fadiga, febre, náuseas, dor abdominal, icterícia (coloração amarelada da pele e olhos);
- Diarreia aguda: Diarreia, cólicas abdominais, febre, náuseas e desidratação.
- Febre tifoide: Febre alta, dor abdominal e de cabeça, fadiga e fraqueza, perda de apetite, constipação ou diarreia, erupção cutânea e tosse seca. Em casos graves, perfuração intestinal, sangramentos internos e choque séptico.
Tratamento
É preciso ficar atento aos sintomas de cada doença e, segundo a infectologista Vanessa Santos, é fundamental levar a criança ou outros pacientes à unidade de saúde mais próxima para a realização de exames. “Assim, o médico, após avaliar cuidadosamente o quadro clínico, poderá indicar o tratamento mais adequado para o caso, garantindo a melhor recuperação e bem-estar da criança", conclui.
Texto elaborado com informações da Assessoria de Comunicação do Hospital Abelardo Santos.