Pesquisa desenvolve canudo de babaçu que indica bebida vencida

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Uma pesquisa do Departamento de Química da USP (Universidade de São Paulo) resultou em canudos que utilizam a polpa do fruto da palmeira de babaçu e podem indicar se a bebida está vencida.

O estudo de Mestrado de Ivone Yanira Iquiapaza desenvolveu um biomaterial que utiliza a quitosana, uma substância com propriedades antibacterianas originária da casca de crustáceos, e o extrato de própolis verde como aditivos para os filmes feitos de amido da batata nativa Yana winku, cultivada na comunidade de Marcavalle, na região de Junín, no Peru.

Para além de simplesmente substituir o plástico, geralmente baseado em substâncias derivadas do petróleo, o enfoque do grupo da USP, liderado pela professora Delia Rita Tapia Blácido do Departamento de Química da FFCLRP, é o que chamam de “embalagens ativas”, pois aprimoram a utilidade para o consumidor com características agregadas, como poderes antioxidantes e antimicrobianos obtidos de compostos como a quitosana, a própolis verde e os resíduos de uva e jabuticaba.

Mudança de cor

O extrato de uva utilizado no processo, além de reforçar os benefícios trazidos pelo babaçu, também conferiu aos canudos a capacidade de mudar de cor conforme o contato com o pH do líquido. Essa função é explicada por componentes da uva como a antocianina, substância natural que apresenta um amplo espectro de cores.

Para os pesquisadores, a mudança de cor dos canudos funciona não só como um detalhe estético, mas possibilita a identificação rápida da condição do alimento a ser ingerido. Um exemplo é o aumento de acidez da lactose quando o produto está envelhecendo: se o canudo ficar rosado, por exemplo, é porque o leite estragou.

 

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Foto: Unsplash