Amazônia Conectada: capacitação digital fortalece comunidades locais no oeste do Pará

Compartilhe
Na Escola Floresta Ativa, homens, mulheres e jovens aprendem não só sobre números e letras, mas também sobre como usar a internet para melhorar suas vidas e proteger a natureza.

Na Amazônia paraense um projeto está transformando vidas, promovendo o desenvolvimento sustentável e o empoderamento local através da educação e do acesso à inclusão digital. É a Escola Floresta Ativa, uma parceria entre o Projeto Saúde e Alegria e a Fundação Toyota do Brasil.

Em abril a escola promoveu a primeira edição do curso de Mediadores de Inclusão Digital para atuar em comunidades tradicionais de Santarém e Belterra. O curso reuniu mais de trinta moradores de aldeias indígenas, comunidades ribeirinhas e quilombolas, com objetivo de capacitar jovens e fortalecer líderes comunitários através do acesso às novas tecnologias.

Os cursos têm como objetivo capacitar e estimular a emancipação da comunidade, como explica o coordenador do Projeto Saúde e Alegria, Caetano Scannavino. “É um projeto de formação para gerar autonomia e emancipação comunitária, que possibilita a capacitação e a educação. Ele é voltado para o treinamento de pessoas da própria comunidade, como agentes multiplicadores para manutenção e reparos de sistemas de energia renovável, turismo de base comunitária, mulheres artesãs, saúde e agrofloresta”, ressalta.

As vozes das comunidades

A educação digital está tornando mais independente e consciente as populações ribeirinhas e indígenas. É o que explicam as lideranças locais do oeste do Pará, como Claudete Kumaruara. Ela diz que o acesso à tecnologia faz a diferença na missão de cuidar do meio ambiente.

“Levar a internet para nossa comunidade é importante porque a gente faz a divulgação do nosso turismo de base comunitária, nossas lutas, a nossa existência e monitoramento territorial: é uma arma pra gente se defender".

Para Adamiana Santos, participante do curso, a formação foi uma oportunidade única. "Pra mim foi um privilégio participar desse projeto. Junto com essas pessoas aprender como manusear os aplicativos, a trabalhar com a internet e levar conhecimento pra esses territórios”.

O curso de Mediadores de Inclusão Digital também formou disseminadores de conhecimento na comunidade. “Tem muita gente de idade mais elevada na comunidade que não sabe usar a internet. A gente está fazendo essa formação para melhorar o uso da tecnologia e aprender como usar ela pra melhorar a nossa vida", explicou Elielson Azevedo, participante da formação.

Projeto Saúde e Alegria: educação, saúde e desenvolvimento local

Com o apoio de várias entidades, o Projeto Saúde e Alegria (PSA) está se expandindo e se fortalecendo. E com a COP 30 chegando ao Pará, a capacitação das comunidades é ainda mais importante.

 Roberto Braun, parceiro do projeto, vê essas formações como parte do desenvolvimento local. "Tudo aquilo que as pessoas precisam para o desenvolvimento do país é ter acesso e inclusão digital, empreendedorismo, turismo, artesanato. Especialmente às vésperas da COP30 no Brasil, isso é muito importante para preparar a nossa população.”

Outra face do PSA é trazer saúde para comunidades remotas. Com a Unidade Básica de Saúde conectada à internet, em comunidades como a de São Pedro, na região do Arapiuns, em Santarém, os moradores podem acessar atendimentos médicos à distância.

Para Marilvana Sousa, essa mudança traz mais qualidade de vida para quem antes enfrentava grandes desafios com transporte para chegar até a cidade mais próxima. "Tudo isso que está acontecendo no nosso território vai facilitar ainda mais pra nós que moramos numa reserva, num território que a gente está querendo conservar. Ter acesso a saúde é um direito que agora é real.”