Dados biométricos faciais usados para criar imagens no estilo dos desenhos japoneses podem ficar vulneráveis a ataques cibernéticos, facilitando o hackeamento de contas.
Desde que começou a ser amplamente utilizada com a mais recente atualização do ChatGPT, a trend Studio Ghibli tem cada vez mais atraído um grande número de usuários que querem ver suas fotos pessoais transformadas com o estilo dos desenhos japoneses a partir da inteligência artificial (IA). Diversão à parte, o que muita gente desconhece é que isso pode colocar em risco dados e informações pessoais importantes no ambiente da internet.
A principal razão para o problema reside no fato de que essa tendência utiliza dados biométricos de fotografias, assim como grande parte das ferramentas de IA. Além disso, por ser oferecida gratuitamente, quem a utiliza não sabe que esses dados ficarão disponíveis na web.
De acordo com Mônica Vargas, mestre em Inteligência Artificial, quando alguém utiliza essas ferramentas gratuitamente, o produto é o próprio usuário, ou seja, seus dados são vendidos, por exemplo, para anunciar outros produtos. É por essa razão que recebemos a oferta de diversas coisas nas redes sociais associadas ao nosso comportamento, disse a especialista.
Além disso, ao fazer o envio dessas imagens para o mundo virtual, os dados biométricos faciais tornam-se muito vulneráveis a ataques de roubos ou vazamentos, facilitando a atuação de cibercriminosos especialistas em quebrar códigos de segurança.
Os riscos tornam-se ainda maiores quando fotos de crianças são publicadas. Essas imagens podem ser usadas para ajudar os criminosos a criar redes de pornografia infantil. É uma situação extrema, mas que deve ser levada em consideração, acrescentou Vargas.
A Trend
A trend foi criada em alusão ao estilo de desenhos do Studio Ghibli, famoso estúdio de animação japonês responsável por filmes como “A Viagem de Chichiro” e “Meu Amigo Totoro”.
Ao liberar um gerador de imagens baseadas no estilo Ghibli, o ChatGPT alcançou na tarde desta segunda-feira, 31 de março, o número de 1 milhão de usuários em apenas uma hora, segundo o CEO da OpenAI, Sam Altman.
