Debate sobre a redução da escala de trabalho toma conta da internet
Discussão do assunto avança no Senado e é tema de um abaixo-assinado pedindo a revisão da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)

Na última semana, o tema da redução da escala de trabalho, adotando a semana de quatro dias, tomou conta das redes sociais com o avanço da discussão acerca do assunto no Senado Federal.
Ao menos três propostas para reduzir a jornada de trabalho sem perda salarial ou para incentivar empresas a adotarem a medida tramitam no Senado. Para defensores da ideia, a diminuição de carga horária, além de beneficiar os empregados, pode até trazer ganho de produtividade aos patrões.
Uma das propostas que estão sendo analisadas no Senado é o Projeto de Lei (PL) 1.105/2023, que inclui na Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) a possibilidade de redução das horas trabalhadas diárias ou semanais mediante acordo ou convenção coletiva, sem perda na remuneração.

De acordo com uma pesquisa de opinião elaborada pelo Instituto DataSenado em abril deste ano, o estresse e o tempo de deslocamento da casa ao local de trabalho foram apontados como responsáveis por impactar negativamente no bem-estar dos trabalhadores, ainda que a maior preocupação do brasileiro seja o nível salarial. Para 67% da população brasileira, o valor dos salários é o maior desafio para a qualidade de vida do trabalhador.
Quando o assunto é jornada reduzida, a pesquisa mostra que, na opinião da maioria (54%), uma carga horária menor iria melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e que isso ocorreria principalmente por afetar positivamente a saúde mental das pessoas. Nesse sentido, 73% dos brasileiros acreditam que o governo deveria oferecer incentivos às empresas que adotassem a semana de trabalho de quatro dias.
ABAIXO-ASSINADO
Na internet, um abaixo-assinado online cobra o fim dessa jornada no Brasil e já conta com mais de um milhão e duzentas mil assinaturas. O movimento foi criado pelo grupo Vida Além do Trabalho (VAT).
A petição pública pede o fim da escala de trabalho 6×1 (ou seja, a cada seis dias trabalhados, uma folga) com o objetivo de proporcionar uma maior qualidade de vida para os trabalhadores.
“Não podemos ignorar que, em um mundo cada vez mais conectado e com avanços tecnológicos, devemos reavaliar as práticas de trabalho que afetam a saúde e o equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Trabalhadores saudáveis e satisfeitos são mais produtivos e contribuem para o desenvolvimento sustentável do país”, diz o documento.